sexta-feira, 28 de junho de 2019

Concrecoisa Viver é tolerar


O dia nasceu cinza.


E o clarão da manhã tolerou a mudança da cor do céu naquele dia de verão que era para ser colorido.

E no inverno, o dia acordou multicor.

E o cinza tolerou a explosão das cores festivas.


Feliz em si por saber tolerar, a natureza hasteou a bandeira da convivência pacífica.


E a esperança mostrou que viver é tolerar.


Assim, o mundo melhorou para todos.


E a intolerância deixou de existir para sempre.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Concrecoisa Planar


Absurdo, nasceu o ser humano!

O seu choro matou o silêncio

A desordem amordaçou a ordem

E o vento soprou a gaivota de aço

Absurdo suspenso no ar!

E o tempo em silêncio

Viu quase tudo passar

Menos esse tal absurdo

Que reina incontrolável

Na saga da revolta da vida

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Concrecoisa Crença


A felicidade estava ali, diante dos olhos dele, mas ele não enxergava.

E o tempo foi passando... 

Se por um lado não lhe faltava dinheiro, pois tinha ficado rico, por outro lado ele sabia que aquela fortuna não era tudo. 

Faltava a felicidade.

Uma angústia interior só aumentava. 

E o tempo foi passando. 

Sem achar a lata da felicidade na prateleira do supermercado, chorou como uma criança mimada. 

E o tempo foi passando. 

Quando desencarnou, ainda não tinha achado a felicidade. 

O que ele buscava, na verdade, estava dentro de si. 

A felicidade adormecia na riqueza que brota sutilmente na infinitude das coisas simples.

Estava no respirar e no ouvir o mistério do silêncio.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Concrecoisa Avesso do verso



O avesso gosta de ser antagônico.

E, também, gosta de ser verso.

Tudo dentro da possibilidade que envolve o querer.

Uma hora é avesso.

Outra hora é verso.

Na poética, o avesso virou limite do verso.

Pois sempre há verso no avesso.

E o avesso do verso vive feliz.

Assim, o verso do avesso e o avesso do verso ganham a capa da inquietude.

Pronto!

É isso, tudo isso e só isso.