quinta-feira, 30 de junho de 2022

Concrecoisa Cuidar

Maria regou o amor.

E o amor floriu a campina.

João alimentou o amor.

E o amor fez crescer mais amor.

O andarilho calçou a sandália do amor.

E o amor foi longe pelos caminhos espinhosos.

O poeta escreveu sobre o amor.

E o amor fez o mundo melhor.

Assim é a jornada infinita do amor.

Sempre aos cuidados dos amantes.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Concrecoisa Peso

 


O mundo pesa.

A consciência de cada um pesa também.

E pode ser igual ou maior do que o peso do mundo.

O travesseiro é o prato da balança que afere o peso da consciência.

Dorme-se tranquilo, quando o peso da culpa é zero.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Concrecoisa Já qui som


O Brasil é um país musical.

E cada região tem a sua importância.

A região Nordeste tem muitas sonoridades que engrossam esse caldo musical brasileiro.

Dentre os grandes, Luiz Gonzaga marcou uma fase do cancioneiro pelas ondas da Rádio Nacional.

Ele cantava com a sua sanfona a identidade nordestina.

O Rei do Baião, como foi chamado, imortalizou o forró.

E abriu a estrada para outros artistas, que seguiam em busca do sucesso no eixo Rio-Sampa.

O incrível Jackson do Pandeiro, tema desta concrecoisa, soube caminhar pela estrada de Luiz Gonzaga.

E o domínio do ritmo foi a sua marca, sempre com o pandeiro nas mãos.

"Já qui é som", viva Jackson, "uma saudade boa de sentir", como diz o radialista Osmar Frazão.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Concrecoisa Coração cravejado


aquela pessoa
num carro desejado e que era seu
ao lado de uma outra pessoa muito linda
vivia a ilusão
perfeita do amor

aquela pessoa
não sabia
que o martelo de veludo
crava no coração
o prego do amor

aquela pessoa
sabia caminhar
pelo labirinto da paixão
onde acreditava existir
a felicidade

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Concrecoisa Música do vencedor


A última ação aconteceu em noite de lua cheia.

Foi tudo muito rápido.

O guerreiro aproveitou a pouca luminosidade para vencer o inimigo.

Na escuridão seria mais difícil vencer, não impossível.

Quando o dia raiou, ele começou a tocar a sua música favorita.

Ele tocou numa flauta confeccionada com o osso do inimigo, que foi derrotado na batalha ocorrida há mais de quarenta anos.

Aquela música heroica fez "chover" na sua reminiscência gloriosa.

Hoje, sem forças para lutar, o guerreiro espera ouvir ansioso o eco daquela música saída de sua flauta.

Mas o silêncio do tempo impediu.

Calou-se a flauta.

E o sangue dos derrotados deixou de correr naquelas terras.