sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Concrecoisa Cada maneira


Uns preferem comida com pouco sal.

Outros gostam de sobremesa com muito açúcar.

Uns brigam por besteira.

Outros semeiam o amor.

Uns roubam quando atingem o poder.

Outros não querem o poder.

Uns acreditam em políticos.

Outros não acreditam em nada.

Uns vivem atolados em problemas.

Outros deixaram os problemas no vazo sanitário e deram descarga.

Uns torcem para aquele time que não vence.

Outros não param de comemorar com aquele time vencedor.

Assim é a vida.

De cada maneira.

Cada um tocando o seu barco.

Do lado de cá, tem uns...

Do lado de lá, tem outros...

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Concrecoisa Vazio-cheio


Tudo está cheio.

Tudo está vazio.

Um complementa o outro.

Mais cheio pra cá.

Mais vazio pra lá.

Tantas vidas vazias.

Tantas vidas cheias.

Não importa o vazio-cheio.

O que importa é a essência de cada um.

Vazio de ideais.

Cheio de maldade.

Vazio de maldade.

Cheio de ideais.

Sacou?

Cada um tem o seu bocapiu!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Concrecoisa Onomatopeia


Tudo começou com um boooooooom!

O silêncio, sozinho, escutou o estrondo.

E ficou irritado.

Depois nasceram outros sons.

O silêncio estressado teve que conviver com o barulho para sempre.

E descobriu que todos os sons são filhos desse boooooooom.

Desde então, ruídos inimagináveis ganharam a forma gráfica.

Hummmm...

Tum, tum...

Lá vem mais um grito e, de quebra, para conforto dos ouvidos, o canto d'um passarinho.

É a natureza fazendo o som voar.

Zum, zum, zum, zum...

Tic, tac, tuc, toc, trum, bum...

A sinfônica da vida é uma onomatopeia.

Ai, ai...

Pow!!!!

É isso.

Zap!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Concrecoisa Transformador


O amigo tricolor José de Jesus Barreto sugeriu, no último dia 6 de janeiro de 2020, uma concrecoisa com o tema "trans form a dor".

De imediato, gostei da sugestão, pois a concrecoisa catalisador também falava de dor.

E ficou assim, naturalmente, a transformação deste texto:

Era trans, era trans, era trans...

A forma, a forma, a forma...

Da dor, da dor, da dor...

Um transformador...

E no vácuo

Uma reta virou curva

E o grito "trans form a dor" mostrou-se por inteiro

Na curva que fora gerada pela energia do viver

E Barreto sorriu 

Com mais um gol do Esporte Clube Bahia

Pois o gol transforma

A dor em alegria

Nas conquistas sem fim

Viva Baiaco, Douglas, Roberto Rebouças e Evaristo de Macedo

Viva Garrincha, Gerson, Rivelino e Tostão

E viva o transformador maior chamado Pelé!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Concrecoisa Catalisador


A dor nasceu com a dor.

No catalisador do mundo.

Lá, ela catou outras dores.

E alisou milhares de dissabores.

Tudo bem tramado pela tempestade do sofrer.

E a dor foi catalisando tudo que aparecia.

Numa dessas investidas, ela cruzou com o prazer.

Desde então, perdeu o rumo.

E o prumo, que inclinou.

Ao deixar de ser o que era.

A dor ganhou do catalisador o manto da alegria sem fim.

Assim é o mundo da transformação!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Concrecoisa Estava...


Era uma luz.

Apenas uma luz.

Ela estava indo.

E, quem sabe, rindo.

Era uma anunciação.

Apenas uma anunciação.

Ela estava rindo.

E, quem sabe, vindo.

Depois veio um som.

Ele era lindo.

Assim, findo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Concrecoisa Liberlove


O amor estava preso.

Eram muitas garras.

E muitas algemas.

A escuridão também prendia.

Uma garra era o outro.

Uma das algemas era o outro.

E a escuridão era o outro.

O amor sofria.

Não mais respirava.

Não mais via a beleza que nascia com o sol em cada manhã.

Um dia, o amor acordou da prisão do outro.

Foi quando descobriu que a liberdade estava dentro de si.

O amor era a liberdade.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Concrecoisa Vereda-verdade


A verdade, sozinha como sempre, caminhava por uma vereda.

O caminho era tortuoso.

As mentiras emolduravam os lados da longa estrada.

Porém, a verdade não temia nada.

Ela sabia que era soberana.

Num certo trecho da vereda, a verdade tropeçou numa moita de mentira.

Nesse instante, a mentira achou que aquela verdade queria ser o que não era.

Mas a verdade não caiu com a cara no chão.

Sua essência não permitia degenerar.

Refeita do acontecimento, ouviu o vento dizer: “Ver a verdade na vereda é caminhar sem perder o prumo”.

E sem perder a postura, seguiu em marcha solitária fazendo justiça.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Concrecoisa Feliz manhã


O sol deu bom dia para renovar a esperança.

E aquela pessoa distante de tudo, mais uma vez, não percebeu.

Ignorar as coisas simples já fazia parte da sua forma de tocar a vida.

Assim, foi envolvida pelo passar do tempo sem dar valor às coisas que conectam a existência com uma das faces da felicidade.

Certa feita, soube do seu médico que estava com os dias contados.

O diagnóstico foi uma porrada do destino.

Desde então, quis rever o que fizera.

O filme da vida passou como um raio.

Tudo conquistado parecia banal.

Recolheu-se, em silêncio, para uma roça.

E percebeu que cada manhã era uma feliz manhã.

Agradeceu ao sol pela felicidade que beijava todos os dias a sua face.

E cada beijo acompanhado pelo canto de passarinho liberto realimentava a energia vital que rearrumava o destino.

Aquela feliz manhã multiplicava o tempo de vida.

O novo tempo fez o milagre da multiplicação dos dias, agora não contados.

No último sono, estava em paz com a ressurreição d'alma.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Concrecoisa Dor de cada um



A dor já nasce no ser.

E cada dor é diferente em si, em cada um.

Uma dor acontece por conta do amor perdido.

Outra chega em razão da ausência de algo que não completa o sentido da vida. Essa dor é siamesa da depressão.

Tem aquela dor causada pela doença.

Uma outra vem nos acidentes na carne.

Tem dor que chega fantasiada de felicidade, que é um tipo muito comum entre os que fazem de tudo para atingir o sucesso e usam atalhos e picaretagens das mais diversas origens.

A dor que não sai, uma nódoa, é a da perda de alguém muito próximo que partiu para o outro lado.

A dor dos que militam para ocupar o poder vem ao assistir o outro lado prosperar.

São dores e dores e mais dores que não cessam.

Atire a primeira pedra aquele que nunca sentiu dor!

Assim caminha a dor de cada um.