sexta-feira, 29 de julho de 2011

Concrecoisa O Pensador


Um homem senta nas escadarias da Ópera de Paris.
Estou no outro canto das escadarias vendo o filme da vida real passar.
A máquina fotográfica, num clicar silencioso, registra o instante.
Dia 20 de julho de 2011, pela tarde.
A metrópole cosmopolita fervilha.
Uma garoa chega e vai e chega novamente. Comparo-a aos indivíduos que vivem a transitar entre países.
O homem acende um cigarro e fita o horizonte de asfalto e concreto.
O vazio está próximo!
Sentado, por minutos, ele fica em devaneio introspectivo.
A vida passa e pede uma pausa.
Inquietudes germinam silenciosamente.
A garoa cessa e traz um vento frio.
No dorso do tempo, tudo é registrado.
O cigarro termina.
Finda a pausa.
A vida prossegue.
O homem, o meu olhar e o instante congelado.
Mais um ser imenso na multidão que agora é concrecoisa.

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