A vaidade corrói o coração liberto de qualquer pessoa, sobretudo do artista.
Como navalha, ela (a vaidade) corta o lado mais belo do ser: a
simplicidade.
E o artista atormentado teima em cultuar uma vaidade purpurinada.
Caprichos, nada mais do que caprichos. Tolice em explosão.
Com a idade, quem sabe, a vaidade alforriada do artista despede-se junto
ao canto da morte.
Talvez seja tarde para uma reflexão existencial.
Enquanto tudo permanece como está, em glória, a vaidade marcha.
Ela vem.
E a vida vai, vai...
No balanço das ondas do mar, enquanto a vaidade firma-se, a idade vai,
distanciando-se do presente.
Vai, idade, vai...
Vai como a vaidade que vai inundando tudo.
Idade que se afasta de tudo.
E no último suspiro da vaidade, a simplicidade infantil sorri à distância
d’uma carne sem vida que foi sua.
E a vaidade vai sem deixar saudade.
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