sexta-feira, 9 de maio de 2014

Concrecoisa Gostar



Ele não tinha nada.

Vivia num barril.

Nada de roupas.

Livre de tudo.

Livre do consumo industrial.

Livre da internet.

Livre da informatização.

Livre da televisão.

Livre das obrigações burocráticas.

Ele na verdade tinha tudo.

Tinha o amor dentro de si.

Tinha o gostar nas veias, que pulsava mais que demais.

Ele gostava da vida.

Gostava da liberdade.

Era o mais feliz dos humanos.

Gostar era tudo para ele.

O resto não importava.

Ele um dia se revelou.

Ele era o poeta adormecido dentro de cada um.

Um comentário: