Na piscina vazia, deitado, sozinho, meditava.
Pensou na família que não mais existia.
Lembrou dos amigos, agora cinzas ao vento.
Quis recordar alguns versos, poemas que o tempo empoeirou.
Não encontrou
nenhuma palavra poetizada na velha memória.
Estava lúcido do momento e só.
Aos poucos, gemidos nasciam do nada: vulcão na carne corroída pelo
tempo.
Quando deu por si, viu-se boiando n’água de lágrima germinada durante os
longos soluços.
E só, esperou a hora final chegar.
Não restou tempo para mais nada, nem uma réstia da festa do porvir, em
dezembro.
Só, adormeceu para sempre.
Ezequiel virou espírito.
Ótimo !!
ResponderExcluir