Dukmel vendia tudo.
Sua especialidade era vender sonhos, fantasias, utopias.
Um dia, em Brasília, no poder central, bateram a sua carteira.
Dukmel não ficou triste.
Tudo que levava era uma anotação em papel sujo, pardo, amassado.
A pequena frase era o mantra de Dukmel, que ria quando lembrava das
palavras e da velha carteira vazia.
Horas depois, o batedor de carteira estava morto.
No chão do banho, molhado, o bilhete de Dukmel era a sentença de morte.
E dizia:
– Lave a ética, fétida, tétrica!
Assim são as digitais do poder.
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