sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Concrecoisa Ética

Dukmel vendia tudo.

Sua especialidade era vender sonhos, fantasias, utopias.

Um dia, em Brasília, no poder central, bateram a sua carteira.

Dukmel não ficou triste.

Tudo que levava era uma anotação em papel sujo, pardo, amassado.

A pequena frase era o mantra de Dukmel, que ria quando lembrava das palavras e da velha carteira vazia.

Horas depois, o batedor de carteira estava morto.

No chão do banho, molhado, o bilhete de Dukmel era a sentença de morte. E dizia:
  
– Lave a ética, fétida, tétrica!

Assim são as digitais do poder.

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