sexta-feira, 12 de abril de 2019

Concrecoisa Beleza do simples



Gostava das coisas mais caras.

Viveu décadas e décadas cultivando o glamour, o efêmero, a nuvem das distorções sociais.

Mas a grana foi acabando, velozmente.

E os seus pais estavam sepultados onde estão todos os seres insubstituíveis.

Um dia, a conta no banco estatal ficou devedora.

Balançou na corda bamba da inflexão econômica.

E recuperou as finanças vendendo os últimos imóveis.

Porém, continuou a gastar.

Quando descobriu que a beleza da vida estava nas coisas simples, era tarde demais.

Muitos pensaram que aquela pessoa sofreria mais que demais por ser mais um na imensidão do mundo dos pobres.

Grande engano.

Aquela pessoa já tinha se transformado num ser domado pela beleza do simples.

E assim a felicidade lhe abraçou para a eternidade.

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