Era uma vez um amolador.
Ele passava pelas ruas cantando o seu ofício.
– Olhaê o amoleiro!
– Amolo faca.
– Amolo tesoura.
– Amolo canivete.
– Amolo facão.
– Amolo tudo.
Um poeta atento ao movimento escutou o canto-trabalho do amolador e
gostou.
No dia seguinte, com lápis e folha de papel, saiu cantando pelas ruas.
– Olhaê o poeta amolador!
– Tô aqui pra amolar.
– Amolar a faca.
– Amolar a face.
– Amolar o ego.
– Amolar o prego.
– Amolar o verbo.
Ao ver a cena, o amolador oficial não perdeu tempo.
Entregou ao poeta as páginas em branco da vida para ganhar um verso.
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