sexta-feira, 31 de março de 2017

Concrecoisa Metamorfose


Era uma janela.

Quando aberta, ela deixava entrar a luz de cada dia.

Quando chovia, gostava de ficar fechada.

O abrir e o fechar davam sentido à funcionalidade.

Um dia, os tijolos invadiram o seu espaço.

E a metamorfose das coisas fincou raiz.

A janela virou parede.

Do lado de dentro reina a escuridão.

E do lado de fora a água da chuva lambe o que restou de sua face retangular, agora tijolos sem rebocar.

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