sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Concrecoisa Fragmentação



A fragmentação é uma possibilidade que atormenta, às vezes.
Da palavra à matéria, a fragmentação acontece em processo natural.
É da vida!
Tudo se fragmenta.
Repito: tudo se ‘f  r  a  g  m  e  n  t  a’, como a própria fragmentação da palavra fragmenta.
Em a natureza, a areia é fragmentação de uma pedra que vai se erodindo até virar grão em quantidade.
E a palavra também sofre erosão, perdendo letras que se misturam com outras letras, renascendo no colo da linguagem.
‘A morte’, por exemplo, é parte de um ‘amor’, um amor que migra de quem ama para o outro, que é o te.
Sim, o te, de te amo!
Como tudo se fragmenta, ‘a morte’ é ‘amor te’ em processo de erosão e colagem.
Já a fragmentação do tempo, aqui na Concrecoisa, é o passado que se afasta do presente.
Antes de virar verme, fragmentação da vida, o poeta passeia pela Babilônia, come acarajé com pimenta e vatapá, toma café expresso sem açúcar na Ceasinha do Rio Vermelho, fuma um charuto do recôncavo baiano e finda o dia chupando um picolé de tapioca, da Capelinha, diante do sol que fragmenta a própria luz no horizonte da Baía de Todos os Santos.

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