A
poética brasileira chorou, no domingo, dia 2 de dezembro de 2012.
Chorou
como os pingos da chuva que choram dentro de si.
O
choro é de perda. Deixou-nos o poeta concretista Décio Pignatari.
Com
os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, na década de 1950, o Brasil conheceu o Movimento
da Poesia Concreta, ancestralidade, no conceito estético, das minhas
concrecoisas.
Haroldo
(também falecido), Décio e Augusto são os pilares de uma poética com digital em
Mallarmé e que traz a busca da totalidade da forma com o mínimo possível de
palavras.
Neste
sentido, neologismos são criados e recriados e o que era uma coisa passa a ser outra
coisa, pois no concretismo das palavras o significante e o significado se
cruzam em catarse transformadora.
Décio
nasceu em 1927.
A
foto desta concrecoisa, com o concreto da cidade de Salvador em contraste com o
pôr do sol, foi o presente deixado pela natureza, no dia 5 de dezembro de 2012,
para homenagear este poeta, ensaísta e tradutor.
Vale
lembrar que, neste mesmo dia 5 de dezembro, o mestre arquiteto Oscar Niemeyer também
nos deixou. Niemeyer é o concreto com curvas, uma beleza harmônica com a natureza.
O concreto,
reinventado pelos artistas da poesia e da arquitetura, é o alimento da natureza
racional dos humanos enfeitiçados pelo transbordar da própria humanidade
irracional, que, em outras palavras, significa doar bondade sem olhar a quem.
Depignatarício
agora é sinônimo de saudade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário