sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Concrecoisa Risadagem



Acordei me embolando de rir. O calor insuportável causou um curto-circuito no meu cérebro e esse choque nos neurônios abriu a porta da risadagem. Eram 3h da madrugada.

Às 6h15, despertei ainda com muito kkkkk nos quatro cantos do quarto.

De tanto rir, o gato da vizinha pensou (os felinos pensam como poucos humanos) que eu era uma ave, uma refeição da alvorada. Isso porque ele já estava na janela, em posição de salto, com as unhas à mostra e pronto para me abater.

Imaginei, com um olho fechado e o outro semi-aberto, que eu seria uma péssima refeição para um gatinho acostumado com ração.

Dei um susto nele, rindo mais alto, aos berros gargalhais, e o danado caiu fora. Achou que eu poderia fazer um churrasco com ele e aproveitar o couro para fazer um tamborim.

O pior de tudo não foi o lance do gato me comer. A risadagem havia acordado todos os moradores do prédio, desde o primeiro surto de kkkkk.

Devem ter pensado que acertei na mega sena, pois um baiano fora o sortudo, segundo o noticiário.

Levantei meio zonzo, rindo pelos cotovelos. Fui escovar os dentes e acabei engasgando com a espuma espessa de uma nova pasta de dente, especial para ajudar no clareamento das presas amareladas. Neste instante, parei de rir. Ufa!

Quanta risadagem em dia de branco, falei comigo mesmo. Quando balbuciei risadagem, enxaguando a boca, o riso voltou rapidamente, confundindo nos meus ouvidos risadagem com viadagem.

Olhei com seriedade para o espelho e disse. 
- Isso é risadagem, nada mais. Nenhuma viadagem.

No ônibus lotado, indo para o trabalho, lembrei da confusão, vindo lentos risos pelo corpo, começando pelas pontinhas dos pés.

Para não ser levado para um hospício, desci na primeira parada.

Resolvi comer uma farofa, numa cantina nordestina, para ver se a risadagem parava. Ela vinha de dentro de mim como se fosse uma rajada de vento sudoeste.

Quando vi que todo mundo estava me olhando com um jeito discriminatório, travei o kkkk e disse bem alto para chocar quem estava me zoiando.

- Porra, não se pode viver de rir depois de ver o time perder, ficar endividado no cartão de crédito e tomar zig da namorada?

Um cara brabo, estilo mato sorrindo quem quer que seja, puxou um revólver 38, apontou para o alto e disse:

- Quem não rir com ele, aqui e agora, vai rir no inferno.

Em segundos, todos estavam num kkkk bestial e o cara brabo rindo mais do que se imaginava.

Aproveitei a confusão e saí de mansinho, à francesa, e nunca mais parei de rir.

Kkkkkkk....

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Concrecoisa Amálgama



O Brasil é processo; uma nação em construção.
Somos hoje a reversão da inércia e da impotência.
Somos a brasipotência.
Centro deslocado, emerge no seu interior a brasipotência, que é a qualidade da mistura.
O Brasil é amálgama pensada por José Bonifácio, um dos fundadores desta nação.
A amálgama pulsa cada vez mais, pois as qualidades se multiplicam.
Cada vez mais, a amálgama se processa.
Ela é a qualidade em construção que nos une.
Amálgama agora é Concrecoisa, uma gama de possibilidades da poética.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Concrecoisa Concreluzes



As luzes brilham por todos os lados.
São luzes da ocupação do planeta.
As luzes são as pessoas.
Os dinossauros, luzes ancestrais, são os poços de petróleo.
E o petróleo é a luz no candeeiro, é a vela, é... Ou seja, depois do refino do petróleo, os dinossauros voltam para iluminar a escuridão.
Como tudo é luz, a maior luz é a luz estrelar; luz própria em si.
E a vida sem luz é a fragilidade humana, que acha uma luz no etéreo.
Estranhas são as luzes apagadas pelos defeitos que fazem parte da coisa humana.
Já o artista, o estranho iluminado, este brilha pela luz da criação de sua arte.
Hoje, mais do que nunca, a luz do artista passa pela luz da indústria cultural.
A luz artística resume-se a produto de consumo em qualquer escala comercial.
E as luzes sem luzes aparecem como luzes de verdade, que são simulacros da luz que finge ser original.
As luzes também se apagam nas pessoas.
Num olho cego, sorvada pelo rei tempo, a luz apaga para renascer nos homessauros da contemporaneidade.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Concrecoisa Intemporalidade



O tempo transforma a vida num trapo. E o trapo do transformar é a memória, que mente em cada mente.

O tempo em si também é memória, um trapo da coisa viver.

E o trapo, aqui, é o querer deixar as marcas do viver; uma poeira do tempo: uma memória.

Sem uma ação, a intemporalidade busca no último trapo de alguma coisa a justificativa do tempo.

Acho que escrevi demais com tão poucas palavras. Coisa da concrecoisa!