quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Concrecoisa Beijo ilimitado


No turbilhão da vida, em seu vértice voraz,
Onde o tempo é um rio, em seu fluxo fugaz,
Há um beijo ilimitado, um sopro de eternidade,
Onde tudo cessa, na doce imensidão da saudade.

É um beijo sem fronteiras, sem começo ou fim,
Uma viagem além dos lábios, um sonho sem tim-tim.
Um enlace de almas, em celeste comunhão,
Onde o infinito toca a terra, em pura paixão.

Neste beijo, as estrelas descem à nossa morada,
Os corações palpitam em uma dança alada.
É um beijo que sela destinos, que trança o amanhã,
Uma chama que arde, sem jamais dizer adeus.

Mas, em um súbito momento, ao beijar a lona, tudo finda,
Como um eclipse que encobre o sol, uma cortina que desce ainda.
Nesse instante de despedida, onde o infinito se encerra,
Permanece a lembrança desse beijo, uma pérola rara na terra.

Assim é o beijo ilimitado, uma promessa de eternos encontros,
Um ponto no horizonte, onde o amor desenha seus contornos.
É a chama que jamais se apaga, mesmo quando o fim parece chegar,
Pois no beijo ilimitado, até o fim é apenas um novo começar.


 

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Concrecoisa Nunca, mesmo


Em uma pitoresca aldeia nas montanhas, Luna, uma talentosa tecelã, e seu irmão Sol, um habilidoso ferreiro, eram figuras centrais no Festival das Estações. 

Eles competiam anualmente pelo título de Melhor Artesão da Aldeia, alternando entre momentos de deslumbramento com o sucesso e aceitação graciosa do fracasso. 

Esta rivalidade fraternal era um destaque do festival, celebrando suas habilidades e espírito competitivo.

No entanto, um ano marcado por dificuldades mudou tudo. 

Uma praga afetou gravemente a aldeia, e em face dessa adversidade, Luna e Sol colocaram de lado seu costumeiro embate. 

Eles perceberam que a celebração não era um momento para deslumbramento com o sucesso individual, mas para união e apoio mútuo.

Juntos, criaram uma estátua simbolizando a força e resiliência da comunidade, uma obra que refletia a superação do pessimismo diante do fracasso coletivo.

Essa mudança de perspectiva transformou não apenas os irmãos, mas toda a aldeia. 

A estátua se tornou um lembrete perene de que, nos momentos de crise, o apoio e a colaboração são mais valiosos do que qualquer triunfo individual. 

Luna e Sol, através de sua união criativa, ensinaram a todos que o verdadeiro sucesso é a capacidade de transformar o pessimismo do fracasso em ações construtivas para o bem comum, promovendo a resiliência e a solidariedade comunitária.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Concrecoisa Amortecedores

Dores ecoam, vazias

Dores, dores, Dolores...

Nos amores, luz e guias

Amor e morte.

A morte!

A morte, cedo

AMORTECEDORES

Risos, bálsamos dos dias

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Concrecoisa Passará


O vento sopra
A chuva cai
A água passa

A noite chegou
A lua clareou
O dia nasceu

A maré chegará
O rio desaguará
E tudo passará

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Concrecoisa Destino


Numa floresta distante, três insetos viviam suas vidas de maneira distinta: uma borboleta colorida, uma formiga trabalhadora e um louva-a-deus contemplativo.

A borboleta, com suas asas vibrantes, sempre acreditou que poderia voar para longe de seu destino. Ela viajava de flor em flor, mudando de direção com o vento, acreditando que, com liberdade, poderia criar seu próprio caminho.

A formiga, por outro lado, sempre foi diligente e acreditava firmemente no destino. Todos os dias, ela seguia sua rotina, coletando alimentos e fortalecendo seu formigueiro. Ela entendia que cada formiga tinha um propósito e que, juntas, construíam seu destino coletivo.

O louva-a-deus, em sua sabedoria, passava os dias meditando sob as folhas, observando o mundo ao seu redor. Ele ouvia as conversas entre a borboleta e a formiga, refletindo sobre a natureza do destino.

Um dia, uma grande tempestade se aproximou da floresta. A borboleta, confiante em sua capacidade de escapar, voou alto tentando evitar a tempestade. A formiga, prevendo o perigo, reuniu suas companheiras e se refugiou no formigueiro. O louva-a-deus, por sua vez, permaneceu tranquilo sob sua folha, aceitando o que viria.

Após a tempestade, a floresta estava em desordem. A borboleta, infelizmente, foi levada pelo vento forte e encontrou-se perdida, longe de casa. A formiga e sua colônia, protegidas em seu formigueiro, estavam seguras e começaram a reconstrução. O louva-a-deus permaneceu em sua folha, ileso.

Ao refletir sobre os eventos, o louva-a-deus compartilhou sua sabedoria: "Por mais que tentemos, não podemos escapar do nosso destino. A borboleta acreditou que poderia voar para longe de seus problemas, mas o destino a alcançou. A formiga aceitou seu destino e trabalhou com ele, encontrando segurança na preparação. E eu, aceitei o que viria, sabendo que cada momento é parte de um plano maior".

E assim, na vastidão da floresta, os insetos aprenderam que, por mais que tentemos, o destino sempre encontrará seu caminho.