sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Concrecoisa Crepúsculo dos Ídolos


O Brasil debate a necessidade de autorização, ou não, para escrever uma biografia.

De um lado tem quem defenda a liberdade total de expressão e nesta perspectiva a garantia constitucional de escrever uma biografia sem precisar de autorização do biografado ou de seus herdeiros.

Do outro lado tem quem defenda a necessidade de autorização e a consequente proibição de biografia não autorizada. A base legal remete ao ultrapassado Código Civil.

A pendenga está para ser resolvida no Supremo Tribunal Federal e na Câmara Federal.

Quem é contra a biografia não autorizada busca argumento na invasão de privacidade. Também quer uma parte da grana da vendagem dos livros.

Eu defendo a liberdade total de escrever qualquer coisa, biografia de quem quer que seja, tendo, claro, o cuidado de ser fiel aos acontecimentos.

Nada de biografia chapa branca, endeusando vidas marcadas por imperfeições e que ajudam o leitor a se tornar uma pessoa melhor.

No meio da discussão, um grupo de artistas quer proibir a biografia não autorizada.

Roberto Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, dentre outros artistas, defendem as biografias autorizadas.

Como são ídolos de muitas gerações, estes artistas não querem ver passagens de suas vidas mostrando o quanto são humanos, demasiadamente humanos, e com deslizes, defeitos, fraquezas, inquietações, dissabores, dentre outros temas que não desqualificam as suas obras.

Quem nunca teve um deslize na vida? Pergunto.

Do exposto, sem delongas, recorro a Nietzsche, em “Crepúsculo dos Ídolos”, para mostrar como são as vidas humanas.

Os que estão na discussão entram no ciclo crepuscular.

Nietzsche percebeu este crepúsculo criticando Sócrates.

Para quem já lutou pela liberdade de expressão num passado próximo e hoje defende a censura às biografias não autorizadas, fica a impressão que a luta de ontem e a de agora são circunstanciais, de acordo com interesses pessoais, e não por uma causa maior, uma causa coletiva, uma causa de todos e voltada para o futuro.

Seja o que seja decidido pela Justiça e pelos parlamentares, uma faceta do crepúsculo dos ídolos em questão já está presente na vida destas pessoas públicas.

“Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não”, já cantava Belchior em “Como nossos pais”.

Nietzsche tinha e continua tendo razão.

Fui convencido, me desculpe Jorge Mautner (apoiador do grupo citado), que me autorizou escrever a sua biografia, já lançada, em 2004.

Não sei o que está acontecendo com as cabeças pensantes deste país. 


Vale dizer que Jorge Mautner nunca censurou uma linha do que eu escrevi sobre ele.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Concrecoisa Escadaria

A escadaria serviu de assento.

O corpo cansado não suportou a dor do tempo.

Era preciso dar uma trégua à peregrinação.

Ao sentar, riu da vida que levava.

Era um riso de prazer.

Era um riso de grito, de esperança, de silêncio!

Sim, riso de silêncio interior.

Também era um riso de criança em corpo de velho.

Não era um riso de mentiroso, tinha esta convicção.

Mentiroso ao estilo dos ídolos em crepúsculo.

Era um riso que vinha da própria escada.

Ser e escada: síntese em unidade.

Uma escada que ria.


A escadaria.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Concrecoisa Zen Meu Bem


A Concrecoisa Zen Meu Bem retoma o tema zen na vida das pessoas.

Lembro que tratei a coisa zen na Concrecoisa Zen Fez Bem, publicada em 24 de agosto deste ano de 2013.

Na Concrecoisa Zen Fez Bem surgiu a seguinte equação:

Fez+Bem+Ser+Zen+Meu+Bem=Felicidade

E agora na Concrecoisa Zen Meu Bem, qual seria a equação?

Sinceramente, não tenho resposta, pois nem tudo na vida tem uma equação e nem tudo tem uma resposta.
O estado zen, ao remeter à condição de cada pessoa, pode ter ou não ter uma equação.

Zen meu zen
Zen meu zen
Bem...
Vem
Ver
Seu Zen, zen, zen
Vem ver

Ao ler o que diz a concrecoisa imitando a forma humana, só posso reafirmar que a coisa zen é tudo aquilo que o dinheiro não pode comprar.

Se é zen, está tudo bem!


Então vem ser zen também. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Concrecoisa Aguóleo


O aguóleo é a mistura da água com o óleo.
Dizem que água e óleo não se misturam. É senso comum.


Discordo e explico, aqui na Concrecoisa Aguóleo, rapidinho, pois, no dia de hoje cada vez mais veloz, os textos longos causam sérias rejeições.


Mesmo com densidades diferentes, o óleo e a água formam unidade líquida quando estão em processo de mistura.


Com a água parada, o óleo sobe, ele boia, pois é menos denso do que a água.


Mas pode acontecer de a água estar sendo batida, em movimento, como num liquidificador. Neste instante, as moléculas da água e do óleo se misturam formando uma coisa aquosa.


Se o liquidificador ficar batendo infinitamente, água e óleo estarão misturados infinitamente.


Aí está a possibilidade que não querem enxergar.


É bom lembrar que processos de misturas podem ser dinâmicos, como são dinâmicos os movimentos dos astros, das marés, das moléculas e das coisas que detestam o que é estático.


Se não deu para entender, não se estresse e continue acreditando que água e óleo não se misturam. 


Não brigaremos por isso!

Ponto de vista é ponto de cada vista.


E a vida segue misturando ou não água e óleo.