sexta-feira, 25 de março de 2016

Concrecoisa Não é isso

Ele estava no centro das conversas palacianas.

Ele tinha que ser grande.

Ele faz parte da linguagem do poder central.

Ele, em si, é o poder central.

Ele é o culpado.

Ele recebe tudo.

Ele manda e desmanda.

Ele também deixa sair tudo.

Ele é a revolta.

Ele é o ponto de fuga.

Ele ouve o outro mandar para ele.

Não é isso...

Cuidado!

Não é bem isso.

Cuidado!

nãoécuissonão 

sexta-feira, 18 de março de 2016

Concrecoisa Overbose


Ser
Estar
Ficar
Amar
Criar
Pensar
Agir
Viver
Acreditar
Acalmar
Sofrer
Ir
Vir
...
O verbo
O verbo
...
Dizer
Pensar
Acordar
...
O verbo
O verbo
...
Overbose

Assim a vida segue, até morrer.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Concrecoisa Procura


O cientista procura o elo perdido.

A noiva procura a aliança.

A criança procura a bolinha de gude.

O poeta procura a palavra.

O pescador procura o peixe.

O político procura o voto.

O artilheiro procura o gol.

A polícia procura o bandido.

O juiz procura a lei.

O zen-budista procura a paz.

O jornalista procura a notícia.

Um procura o outro.

O outro procura o outro.

E eu procuro...

E tu procuras...

E nós procuramos...

O quê?

sexta-feira, 4 de março de 2016

Concrecoisa Honra na Palavra


Li no livro “Olá, Consciência! Uma viagem pela filosofia”, de Mendo Henriques e Nazaré Barros, algumas considerações das mais importantes sobre a textura da linguagem.

Numa das passagens, vi o nascimento de mais uma concrecoisa.

Dizem os autores:

“Há palavras que não podem ser quebradas. São as palavras de honra, que equivalem à dignidade com que nos comprometemos com os outros”.

Achei o máximo.

A citação representa aquilo que meus pais me ensinaram.

Palavra de honra é a honra na palavra que cada um é.

Restam poucos com palavra de honra.

Os dias de hoje mostram cruamente e cruelmente o que estou dizendo, infelizmente.