sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Concrecoisa Entretempo



O tempo corre

Nesse entretempo,
Tudo acontece

O tempo corre
O tempo corre

Sucesso, alegria, saúde e paz

O tempo corre
O tempo corre
O tempo corre

Nesse entretempo,
Tudo acontece

O tempo corre
O tempo corre
O tempo corre
O tempo corre

Fracasso, tristeza, doença e guerra

O tempo corre
O tempo corre
O tempo corre
O tempo corre
O tempo corre

Nesse entretempo,
Tudo acontece

O tempo corre...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Concrecoisa Puído



Sujos vasos de flores

Caneta jogada num lado

Papel amassado no outro

Anotações

A bagunça era a ordem

Farelos de pão sobre a mesa

E mais farelos no assoalho

E ele

Recluso

Sentia a vida no jeans puído

E respirava o ar de um mundo envelhecido

Mundo que não era mais seu

O jeans rasgou

As pétalas caíram

Comprou outro jeans

Plantou num vaso limpo

Tinha muito para viver, contar e semear

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Concrecoisa Abismo



Em Amoratim, uma cidade desconhecida de Atlântida, a ordem dos deuses era para amar demasiadamente.

Todos já nasciam com essa chama acesa por dentro.

Na adolescência, essa chama derretia a carne e fazia explodir todas as possibilidades do prazer.

De tanto amar, os moradores de Amoratim vivam sempre em êxtase.

Só que os desuses saibam dos muitos perigos do amor.

E os moradores hipnotizados não sabiam de nada.

Foi por isso que Afrodite pediu para Zeus construir Amoratim ao lado de um abismo.

Pois sabia que alguém poderia, a qualquer momento, perpetuar o amor ao morrer de amor.

“Morrer de amor é viver perto do abismo”, escreveu Zeus na pedra de fundação de Amoratim.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Concrecoisa Sorriso da vida



Zé vivia triste.

Mané, seu amigo, tocava a vida muito feliz.

Zé quis saber de Mané o motivo de tanta alegria.

Mané apontou para o seu roçado.

Zé não entendeu, pois também era agricultor.

Mané mostrou a carteira sem cédulas e com apenas uma folhinha verde colhida na roça.

Zé continuou sem entender.

Mané então disse que “a sorte sorri para quem cultiva trevos”.

Desde então, Zé foi colher trevos de quatro folhas na plantação de Mané.

Depois de achar apenas um, voltou a sorrir.