sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Concrecoisa Carneval


A carne tremeu.

A carne dançou.

A carne “comeu água”, muita água.

Água que passarinho não bebe.

A muvuca era tudo.

Beijou mais do que um beija-flor.

Esqueceu que era gente.

Pobre? O que era isso?

Não sabia.

Também não sabia mais quem ele era.

Na Quarta-feira de Cinza, chorou com o fim da festa.

A carne voltou para a realidade.

E um vendaval de sofrimento inundou mais uma vez a sua vida.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Concrecoisa Bumerangue


Guripo nasceu menino bom.

Aos poucos, a maldade do mundo foi tomando conta de sua mente.

Quando deu por si, a maldade estava instalada.

E Guripo lançou a maldade no horizonte.

O outro era o alvo.

Todos que estavam no seu caminho caíram.

O tempo foi passando.

Guripo vencia com a maldade nos olhos.

Um dia, na esquina da vida, o mal derrubou Guripo.

Ele tentou se levantar.

Disse que ficou bonzinho.

Era tarde demais.

– O mal é bumerangue!

Ecoou a voz da vingança.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Concrecoisa Caidera


A cadeira nasceu com três pés.

Quem sentou, caiu.

Três pés e não quatro.

Uma cadeira perfeita em si.

Talvez um erro.

Pois o erro é tudo.

Seu inventor chamou de caidera.

Os outros pensaram que estava escrito errado.

Mas não estava.

Já que o erro é tudo.

A cadeira não é caidera.

A caidera é caidera, apenas.

E onde o vento gosta de sentar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Concrecoisa Cooptar


O amor estilhaçado
Era uma taça
Que beijava
Bocas apaixonadas

...

Na forma de taça
O vidro coopta
A água
E o ar
Só para amar!