sexta-feira, 27 de março de 2015

Concrecoisa Esses


Os rios andam aos esses.

Aos esses também andam os bêbados, que buscam, talvez, equilíbrio no vazio da consciência.

A cobra também se desloca aos esses.

E com os esses pra lá e pra cá, lanço a minha escrita ziguezagueada.

No meio do ziguezague vejo que o tecido leve e ralo é a pele do osso.

Observo que o osso frouxo e bambo é o esqueleto.

Constato que o nosso passo é a ação, que é o movimento dos esses na estrada da vida.

Aqui não tem os “e$$e$” das cifras fáceis da nefasta “corrup$$ão” que corrói o Brasil.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Concrecoisa Na sombra

A sombra não estava diante de mim. Ela estava no meu subconsciente.

Diante de mim só havia a luz, uma luz de um dia em começo de adormecimento.

A cena acontecia dentro do estúdio do amigo e parceiro musical Luiz Caldas.

A luz elegante passava pela persiana.

Num lance intuitivo, um insight, vi naquela luz a possibilidade de fazer a foto da sombra da minha mão.

Então, coloquei a minha mão para bloquear a luz do sol em processo veloz de despedida do dia.

E lá estava na parede a sombra que já estava no meu subconsciente.

Com o iPhone, comecei a fotografar aquela sombra única.

Uma concrecoisa estava nascendo ali.

Mostrei a foto para Luiz Caldas, que gostou e disse algo assim: "A sombra não deixa na mão".

Gostei do que fora dito e escrevi no bloco de nota do iPhone a minha interpretação. 

Digitei: "Minha sombra nunca me deixa na mão".

Assim nasceu a “Concrecoisa Na sombra” que agora pertence a todos vocês!

sexta-feira, 13 de março de 2015

Concrecoisa Escolha

A vida é escolha.

Todas as possibilidades existem na escolha, como até a de não escolher.

Saber escolher tem um preço.

Pois a vida tem um preço por conta da ação, por conta da escolha.

Assim é o caminho que cada ser vivo traça.

Este, isto, esse e isto: escolhas próximas e distantes.

E em cada escolha, um rumo seguido.

Tem escolha que vem carregada de instinto.

Como é a escolha do escorpião, que sempre está pronto para lançar o seu ferrão envenenado.

Ele ferra quem quer que seja.

Pois ele, o escorpião, se nutre do instinto que a natureza lhe reservou.

Cuidado com a escolha.

Um escorpião sempre está por perto.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Concrecoisa Amolar

Era uma vez um amolador.

Ele passava pelas ruas cantando o seu ofício.

– Olhaê o amoleiro!

– Amolo faca.

– Amolo tesoura.

– Amolo canivete.

– Amolo facão.

– Amolo tudo.

Um poeta atento ao movimento escutou o canto-trabalho do amolador e gostou.

No dia seguinte, com lápis e folha de papel, saiu cantando pelas ruas.

– Olhaê o poeta amolador!

– Tô aqui pra amolar.

– Amolar a faca.

– Amolar a face.

– Amolar o ego.

– Amolar o prego.

– Amolar o verbo.

Ao ver a cena, o amolador oficial não perdeu tempo.

Entregou ao poeta as páginas em branco da vida para ganhar um verso.