sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Concrecoisa Triscô?


Nem triscô nisso

Nem triscô naquilo

E continuou tentando triscar

Quando triscô

Foi tão de fininho, tão de fininho...

Que até hoje

A dúvida persiste

Triscô ou não triscô?

Só Deus sabe!

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Concrecoisa Já está


O dia passou como um raio.

Ela queria viver o mesmo dia novamente.

Disseram que esse dia nunca viria.

Ela não acreditou nessa afirmativa.

Desde então, passou a querer viver o mesmo dia loucamente.

Parecia impossível.

De uma hora para outra, sem esperar, ela conseguiu viver o mesmo do dia, pois o mesmo dia era o despertar da esperança.

E o dia que não viria passou a estar nela.

Era como algo que já estava enraizado.

Esse algo era o inesperado.

E foi assim, na realidade em sonho, que ela encontrou aquele dia que parecia impossível. 

O amanhã virá...

Ele chegou de mansinho.

E tudo ficou misturado.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Concrecoisa Cochilo do Fracasso


O Fracasso não dormia.

Ele estava sempre ali, atento, vigilante, 24 horas por dia, ano após anos, não deixando o Êxito dar um passo à frente.

Para permanecer acordado, ele não se aproximava de Dionísio, pois temia o resultado prático de algumas taças de vinho e, logo em seguida, o prazer lúdico-hedonista que poderia fazer dormir logo após o prazer.

Certo dia, os dois olhos do Fracasso foram atingidos por ciscos lançados pela ventania do inverno.

Ele jogou muita água para limpá-los, mas os ciscos não saíram.

Por conta do incômodo, começou a lacrimejar.

E os ciscos continuavam irritando os olhos já vermelhos.

Ao perceber que não iria se livrar dos ciscos, foi pedir ajuda.

O Êxito, disfarçado de médico, percebeu a situação e disse para o Fracasso fechar os olhos por 18 segundos.

E foi o que ele fez.

Quando abriu os olhos, viu que tinha cochilado.

E o Êxito, feliz por ter superado aquele inimigo, comemorou para sempre tomando muitas taças de vinho com Dionísio.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Concrecoisa Flecha do amanhã


Tibikarin vivia feliz naquele mundão cheio de rios, vales, montanhas, árvores, plantas e bichos.

Ele acordava com uma sinfônica ancestral cantada pelos passarinhos celebrando o nascer do sol.

E dormia assistindo o ziguezaguear dos vaga-lumes na escuridão sem fim.

Quando faltava víveres, caminhava pela floresta colhendo frutos caídos e também caçava o que era necessário.

Sua flecha era decorada com penas multicoloridas.

E quando não usava o arco e flecha para caçar, fazia-o de brinquedo.

E a sua maior diversão era lançar uma flecha incolor em direção ao céu.

Pois sabia que "a flecha do tempo mira sempre o porvir".

Como a flecha nunca retornava, tinha a certeza que o alvo fora atingido.

Muitos séculos passaram...

E Tibikarin continuava feliz lançando as suas flechas do amanhã.