sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Concrecoisa Fenecer



Acabou...

Gotas d’água na face.

Terminou... 

O rio virou cachoeira do chorar.

Fim do sonho do eterno.

Fenecer para renascer de novo.

E depois refenecer.

À espera do milagre.

Do renascer sem fim.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Concrecoisa Amor e Arroz



Gostoso é juntinho.

O amor.

Gostoso é juntinho.

O arroz.

Gostoso é juntinho.

O baião de dois.

Gostoso é juntinho.

O carinho.

Gostoso é juntinho.

O segredo.

Gostoso é juntinho.

A presença de Deus em nós.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Concrecoisa Juntinho



Uma letra falou para outra letra: chegue mais perto.

As letras então foram se abraçando. 

Era inverno.

O frio doía tudo: serifas e não serifas; pele, osso e carne.

A depois d’um quentinho juntinho, letras viraram palavras.

E uma palavra falou para outra palavra: chegue mais perto.

E as palavras foram se abraçando.

Era inverno do inverno.

O frio doía o frio.

A depois d’um quentinho, as palavras viraram frases e as frases viraram texto.

Depois chegou o verão.

E tudo que estava juntinho, juntinho permaneceu, dando calor à vida.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Concrecoisa Rota



A rota está além da porta.
 
Uma pessoa passa.
 
Duas pessoas passam.
 
Uma multidão passa.
 
Milhares de vidas passam.
 
Muito ruído no caminho.
 
E a porta se abrindo...
 
Ruído, ruído, ruído, ruído...
 
Ratos roendo a porta.
 
Roendo e ruídos e ruídos no roer.
 
Roendo, roendo, roendo, roendo a rota.
 
A rota é a porta.
 
A rota é a porta.
 
A rota é o além!