Certo
dia, o tempo quis saber quem ele era.
Perguntou
para a luz, irradiada d’uma estrela próxima.
Quando
ia responder, uma matéria desconhecida que vagava pelo espaço ficou na frente
da estrela e fez a noite chegar.
O
tempo, então, correu para Terra, planeta com vida, e lançou o mesmo
questionamento para o mar.
O
mar, sem saber responder, disse que o ar tinha a resposta.
E
lá foi o tempo, instantaneamente, perguntar para o ar.
O
ar, também sem saber responder, preferiu virar vento, em fuga.
O
tempo, inquieto, viu no fogo do vulcão a possibilidade da resposta.
O
fogo, sem saber responder, apagou-se em si.
Restou
ao tempo perguntar para o animal racional que estava destruindo a Terra.
Se
achando dono da verdade e de tudo, o homem levantou a voz, em mais um ato de
prepotência.
Antes
de concluir a resposta, já velho, o homem morreu.
Foi
aí que o tempo viu que ele era Deus e sorriu com pena do homem.