Ventava forte.
As
folhas de uma amendoeira não resistiram.
Abraçaram
o chão.
E
choveu durante dias.
Depois
o sol deu o ar de sua graça e distribuiu carinho, com calor.
Uma
das folhas gostou de cortar o ar e abraçar o passeio.
Os
dias passaram.
O
amor impossível vingou.
A
folha gostou daquele lugar onde os passos apressados das pessoas eram uma
espécie de canto da rotina da vida na cidade.
Depois
de uma semana, a folha deu o último beijo no passeio e foi embora no caminhão
do lixo.
Como
recordação, deixou a marca daqueles dias de amor.
A
cor que tinha, quando dançou pelo ar até cair no chão, ganhou nova tonalidade.
E
ficou no passeio o registro cromático do que passou a ser.
A vida daquela folha agora é obra de arte da natureza.