sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Concrecoisa Ferrente


A corrente chorava...

Por que não queria ser o que era.

Ela queria ser a liberdade, totalmente.

E um dia, ela conseguiu ser.

Depois de lutar.

Depois de muita luta.

Nesse dia, cada elo virou uma fé.

E a corrente que já não era corrente passou a ser ferrente.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Concrecoisa Advérbio


O lugar é ali.

O lugar é acolá.

O lugar é aí.

O lugar é cá.

O lugar é lá.

O lugar é atrás.

O lugar é além.

O lugar é aquém.

O lugar é adiante.

O lugar é dentro.

O lugar é fora.

O lugar é abaixo.

O lugar é acima.

O lugar é defronte.

O lugar é aqui.

Aqui, o advérbio de lugar.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Concrecoisa Chão de Portugal X


Uma pedra carrega em si o sopro de saudade.

Essa saudade invoca as dores, as lágrimas, as angústias e as possibilidades de um desejo-ausência.

O caminhar é a saudade no agir dos pés.

A saudade traduz o estado d’alma e o chão é a saudade encrustada nas circunstâncias do ser.

Na língua portuguesa, a saudade testemunha uma estranha vontade transversal, algo que flerta com as tentativas de esquecer, de não esquecer e de esquecer-se.

Saudade é a cantoria de um lugar no ser para um outro lugar dentro deste mesmo ser.

E essa cantoria invade as campinas do indefinido.

E assim, sendo tudo isso, ou não, a saudade brota do chão da língua portuguesa, assim:

saudade, uma pedra
saudade, duas pedras
saudade, tantas pedras
e nós...
nossos passos
a esmo
entre os ossos
entre os destroços
no lusco-fusco
com saudade