Aquela
pessoa sempre tinha um pé atrás.
Sempre
tinha...
Era uma
realidade, gostem ou não.
Estava
preparada para todas as adversidades.
Era
destemida, desde o primeiro choro, ao nascer.
E
tocou a vida assim, sem medo.
Um
dia, quando apareceu um lobisomem em noite de lua cheia, espantou a fera um
grito primal.
E
foi vivendo, vivendo, deixando o medo minguar.
Quando
perguntaram o motivo de deixar o medo se afastar, respondeu sem pestanejar.
– A
senhora do meu destino é a cautela. Ela apareceu como quem não quer nada e,
diante do medo mofado que surge em cada esquina, essa coisa chamada cautela
resolveu fincar residência em mim.
– É
por isso que sou diferente!
– É
por isso que sou feliz.
E
disse mais, antes de seguir estrada.
– A cautela
faz acontecer todas essas coisas misteriosas, bem como as coisas rotineiras.