sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Concrecoisa Imaginação


Os cubos estavam ali, completamente cheios.

Dentro de cada um, tudo.

Ar, água, terra e fogo.

Animais, vegetais e partículas cósmicas.

Tinha também a escuridão aprisionada.

E dentro da escuridão a imaginação fez morada.

Quando um dia a luz venceu a escuridão.

Os cubos viraram esferas.

E a imaginação morreu de rir.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Concrecoisa Espaço


As proximidades diferentes estão no espaço.

O espaço.

Faço.

Poço.

O esforço.

Força.

Farsa.

As proximidades diferentes estão no espaço.

O esforço.

Força.

Farsa.

O espaço.

Faço.

Poço.

O espaço está sempre ocupado, até com o nada, que é toda ocupação.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Concrecoisa Parede

Eram quatro paredes unidas, um quarto.

Ele vivia ali, no meio, só.

Dentro dele, um segredo.

Fora dele, as paredes.

Dentro das paredes, ele.

Sozinho, com o seu segredo, as paredes ouviam o barulho da individualidade.

Fora dali, o outro.

Dentro do outro, outro segredo.

Fora do outro, com o outro dentro, outras paredes unidas, outro quarto.

Dentro, de dentro, por dentro e cada vez mais dentro da parede, a individualidade teimava em ser única.

Um certo dia, as paredes explodiram.

E o segredo perdeu o seu sentido de ser.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Concrecoisa Simples necessário


O simples acorda cada vez mais feliz.

O simples descobriu que o necessário era tudo.

O simples se alimenta do simples.

O simples nunca sofreu com o que sempre foi.

O simples necessário dorme feliz.

O simples necessário é o máximo. 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Concrecoisa 2015


Fogos, festa, comida, bebida, gente de branco e esperança.

O ano de 2014 deu adeus.

O ano de 2015 deu o ar de sua graça.

Gritos e gritos e promessas e esperança renovada nas celebrações.

E quando o sol raiou no dia 1º de janeiro, as cidades dormiam.

Sinal da ressaca da festa.

E tudo se repetiu.

O fio da esperança não partiu.

Os que morreram viraram memória.

Quem conseguiu sobreviver se abraça no agora.

E o amanhã já chama o ano 2016.

E o fio da esperança cada vez mais fino continua alimentando as almas que precisam de datas emblemáticas.