O mistério enlaçou o infinito do mar, no começo de tudo.
Um pescador ficou sabendo dessa história numa mensagem do vento.
Ao deitar, pensou em ter um tiquinho desse mistério.
A ideia era guardar até o último dia de vida.
No dia seguinte, ele acordou bem cedinho e pegou uma gota d’água do mar encantado.
E guardou num vidrinho hermeticamente fechado.
Os anos passaram…
Todos os dias, antes de dormir, ele olhava para aquela gotinha e rezava.
Incrivelmente, o volume aumentava lentamente depois de cada oração.
Quando o vidrinho encheu, depois de muitos anos de reza e fé, ele sentiu o prazer jamais experimentado.
Então ele foi ao mar e devolveu aquela água multiplicada, uma gotinha do passado.
Nesse mesmo dia, ao deitar, sentiu a libertação d’alma.
O tiquinho do mar havia se transformado na sua vida eterna.