quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Concrecoisa Todas as crianças

 


O amigo José de Jesus Barreto deu o mote, em conversar que sempre alimenta o espírito libertário.

Assim surgiu a concrecoisa de hoje.

E eu digo:

Lágrimas

derramadas

por todas

as crianças.

E fora as 

narrativas

que usam

as crianças

com outros

interesses.

O recado está dado!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Concrecoisa Tempo de despertar


Era uma vez, em um mundo distante, dois objetos que possuíam características únicas: um Relógio de Parede, sempre pontual, que morava na Casa da Aurora, e uma Lâmpada Antiga, que residia na Casa do Ocaso.

O Relógio, orgulhoso de sua precisão, sempre despertava no exato momento em que o primeiro raio de sol tocava a terra. Ele se gabava de sua pontualidade e zombava da Lâmpada, que, segundo ele, sempre acordava tarde.

Por outro lado, a Lâmpada, sábia e calma, esperava pacientemente o cair da noite. Ela sabia que seu momento de brilhar era diferente do Relógio. "Cada um tem seu tempo", dizia ela, "e o meu é quando o sol se põe".

Os dias passavam, e o Relógio continuava a zombar da Lâmpada. Certo dia, um eclipse ocorreu. A terra mergulhou em uma escuridão inesperada. O Relógio, desorientado sem a luz do sol, parou de funcionar. Foi então que a Lâmpada brilhou com toda sua força, iluminando não só a casa, mas também o coração do Relógio.

Desde tentão, o Relógio aprendeu uma lição valiosa: cada ser tem seu próprio tempo para despertar, seja na aurora ou no ocaso. Ele percebeu que, assim como ele despertava ao nascer do sol, a Lâmpada tinha sua importância ao cair da noite.

E o Relógio nunca mais zombou da Lâmpada. Em vez disso, ele aprendeu a valorizar as diferenças e os momentos de cada um. E assim, a Casa da Aurora e a Casa do Ocaso se tornaram símbolos de harmonia e compreensão, lembrando a todos que o despertar acontece em cada um, no tempo certo.

Feliz Natal a todos que chegaram até aqui!

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Concrecoisa Vozes da natureza


As vozes da natureza
Estão no ar.

Elas são caminhos
Para você se encontrar.

As vozes da natureza
Estão no infinito.

Elas são soluções
Para acabar conflitos.

As vozes da natureza
Estão chamando você!

 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Concrecoisa Goteiras


Nas paredes, o pranto da goteira,
Ecoa em lar sereno, em noite fria,
Destrói o sono, a paz, a harmonia,
Deixa um rastro de umidade e canseira.

Nas roupas, o sentir da umidade,
Que insiste em se esconder, mas sempre volta,
Marcando cada fibra, cada volta,
Num ciclo de tormenta e saudade.

Mas eis que surge, afável, o Verão,
Com seus raios de sol, brilho e calor,
Secando as lágrimas de cada chão.

Trazendo à vida nova cor e flor,
Dissipa as sombras, a escuridão,
E no lar renasce o frescor e o amor.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Concrecoisa Beijo ilimitado


No turbilhão da vida, em seu vértice voraz,
Onde o tempo é um rio, em seu fluxo fugaz,
Há um beijo ilimitado, um sopro de eternidade,
Onde tudo cessa, na doce imensidão da saudade.

É um beijo sem fronteiras, sem começo ou fim,
Uma viagem além dos lábios, um sonho sem tim-tim.
Um enlace de almas, em celeste comunhão,
Onde o infinito toca a terra, em pura paixão.

Neste beijo, as estrelas descem à nossa morada,
Os corações palpitam em uma dança alada.
É um beijo que sela destinos, que trança o amanhã,
Uma chama que arde, sem jamais dizer adeus.

Mas, em um súbito momento, ao beijar a lona, tudo finda,
Como um eclipse que encobre o sol, uma cortina que desce ainda.
Nesse instante de despedida, onde o infinito se encerra,
Permanece a lembrança desse beijo, uma pérola rara na terra.

Assim é o beijo ilimitado, uma promessa de eternos encontros,
Um ponto no horizonte, onde o amor desenha seus contornos.
É a chama que jamais se apaga, mesmo quando o fim parece chegar,
Pois no beijo ilimitado, até o fim é apenas um novo começar.


 

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Concrecoisa Nunca, mesmo


Em uma pitoresca aldeia nas montanhas, Luna, uma talentosa tecelã, e seu irmão Sol, um habilidoso ferreiro, eram figuras centrais no Festival das Estações. 

Eles competiam anualmente pelo título de Melhor Artesão da Aldeia, alternando entre momentos de deslumbramento com o sucesso e aceitação graciosa do fracasso. 

Esta rivalidade fraternal era um destaque do festival, celebrando suas habilidades e espírito competitivo.

No entanto, um ano marcado por dificuldades mudou tudo. 

Uma praga afetou gravemente a aldeia, e em face dessa adversidade, Luna e Sol colocaram de lado seu costumeiro embate. 

Eles perceberam que a celebração não era um momento para deslumbramento com o sucesso individual, mas para união e apoio mútuo.

Juntos, criaram uma estátua simbolizando a força e resiliência da comunidade, uma obra que refletia a superação do pessimismo diante do fracasso coletivo.

Essa mudança de perspectiva transformou não apenas os irmãos, mas toda a aldeia. 

A estátua se tornou um lembrete perene de que, nos momentos de crise, o apoio e a colaboração são mais valiosos do que qualquer triunfo individual. 

Luna e Sol, através de sua união criativa, ensinaram a todos que o verdadeiro sucesso é a capacidade de transformar o pessimismo do fracasso em ações construtivas para o bem comum, promovendo a resiliência e a solidariedade comunitária.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Concrecoisa Amortecedores

Dores ecoam, vazias

Dores, dores, Dolores...

Nos amores, luz e guias

Amor e morte.

A morte!

A morte, cedo

AMORTECEDORES

Risos, bálsamos dos dias

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Concrecoisa Passará


O vento sopra
A chuva cai
A água passa

A noite chegou
A lua clareou
O dia nasceu

A maré chegará
O rio desaguará
E tudo passará

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Concrecoisa Destino


Numa floresta distante, três insetos viviam suas vidas de maneira distinta: uma borboleta colorida, uma formiga trabalhadora e um louva-a-deus contemplativo.

A borboleta, com suas asas vibrantes, sempre acreditou que poderia voar para longe de seu destino. Ela viajava de flor em flor, mudando de direção com o vento, acreditando que, com liberdade, poderia criar seu próprio caminho.

A formiga, por outro lado, sempre foi diligente e acreditava firmemente no destino. Todos os dias, ela seguia sua rotina, coletando alimentos e fortalecendo seu formigueiro. Ela entendia que cada formiga tinha um propósito e que, juntas, construíam seu destino coletivo.

O louva-a-deus, em sua sabedoria, passava os dias meditando sob as folhas, observando o mundo ao seu redor. Ele ouvia as conversas entre a borboleta e a formiga, refletindo sobre a natureza do destino.

Um dia, uma grande tempestade se aproximou da floresta. A borboleta, confiante em sua capacidade de escapar, voou alto tentando evitar a tempestade. A formiga, prevendo o perigo, reuniu suas companheiras e se refugiou no formigueiro. O louva-a-deus, por sua vez, permaneceu tranquilo sob sua folha, aceitando o que viria.

Após a tempestade, a floresta estava em desordem. A borboleta, infelizmente, foi levada pelo vento forte e encontrou-se perdida, longe de casa. A formiga e sua colônia, protegidas em seu formigueiro, estavam seguras e começaram a reconstrução. O louva-a-deus permaneceu em sua folha, ileso.

Ao refletir sobre os eventos, o louva-a-deus compartilhou sua sabedoria: "Por mais que tentemos, não podemos escapar do nosso destino. A borboleta acreditou que poderia voar para longe de seus problemas, mas o destino a alcançou. A formiga aceitou seu destino e trabalhou com ele, encontrando segurança na preparação. E eu, aceitei o que viria, sabendo que cada momento é parte de um plano maior".

E assim, na vastidão da floresta, os insetos aprenderam que, por mais que tentemos, o destino sempre encontrará seu caminho.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Concrecoisa Luz da esperança

No coração da criança que espera,
Há um brilho que nunca se desfaz.
É a luz da esperança que se esmera,
Guiando passos leves, sempre atrás.

Por entre sombras, noites e incertezas,
Essa chama jamais deixa de arder.
Ilumina sonhos, traz riquezas,
Fazendo todo medo desaparecer.

Mesmo quando o mundo lhe é adverso,
A esperança persiste, sem cessar.
Criança, com seu olhar imerso,
Vê o futuro que pode alcançar.

Que essa luz, em seu peito sempre dance,
Pois é ela que a vida lhe avance.


 

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Concrecoisa Errocerto

Em uma floresta distante, três animais – uma raposa astuta, um corvo observador e um coelho sonhador – encontraram-se sob a sombra de uma árvore frondosa.

A raposa, com seu olhar perspicaz, disse: "Erro é tudo, pois é através dele que aprendemos as lições mais valiosas da vida". Ela recordou os inúmeros erros que cometeu ao tentar capturar presas, mas que a levaram a aperfeiçoar suas técnicas de caça.

O corvo, pousando em um galho mais alto, refletiu: "É verdade, mas o acerto é o desejo de todos nós. Sonhamos com o momento em que nossos esforços se concretizam". Ele lembrou-se das vezes que cantou a plenos pulmões, desejando ser ouvido por todos, mesmo errando algumas notas.

Já o coelho, com olhos brilhantes de esperança, acrescentou: "O erro é o caminho, mas o acerto é a realização de um sonho. E, mesmo que falhemos muitas vezes, o desejo de acertar nos impulsiona a seguir em frente".

Os três amigos, sob a luz dourada do pôr do sol, compreenderam que, na jornada da vida, os erros são inevitáveis, mas o desejo de acertar é o que nos move. E, assim, cada um seguiu seu caminho, mais sábio e determinado.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Concrecoisa Águabou

 


A fumaça
faz 
a curva
do vento

A fumaça
some
no vento

A fumaça
é filha
da combustão

A fumaça
não é
para sempre!

Nada é
para sempre!

Água, água, água...

Águabou.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Concrecoisa Nunca desistir


Eram três amigos: a Tartaruga, o Coelho e o Pássaro.

O Coelho sempre se gabava de sua velocidade, enquanto o Pássaro voava alto, esnobando os outros. A Tartaruga, porém, nunca desistia, mesmo sendo a mais lenta.

Certo dia, propuseram uma corrida até a montanha mágica. 

O Coelho disparou, e o Pássaro voou alto, quase tocando as nuvens. A Tartaruga, persistente, começou sua caminhada sem olhar para trás.

O Coelho, confiante, decidiu descansar e acabou adormecendo. O Pássaro, distraído com a vista, se perdeu. A Tartaruga, firme em seu propósito, alcançou a montanha mágica primeiro.

Uma dica, depois ler a historinha: nunca desistir e entender que perseverar é uma possibilidade real para conquistar um objetivo. E não importa quão devagar você vá.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Concrecoisa Eternamente

 


Na mente, sempre a ideia de ter paz,
Eternamente buscando um horizonte,
Em versos vou tecendo minha lança,
Mas o tempo, qual mar, vem e desmonte.

Quis ter o infinito na minha mão,
Mas aprendi que eterno é um instante,
E na jornada com tal compreensão,
Descobri que sou pó e sou diamante.

Mente que pensa ser sempre tão forte,
Ter o controle da rota e do norte,
Mas eternamente a vida faz curva.

E na curva, quem sabe, um novo dia,
Com uma eternidade que nos deslumbra,
Ter, enfim, na alma a eterna alegria.

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Concrecoisa Melífera


o néctar da vida
flui no rio do tempo

tudo é melífero
no começo de tudo

e o amargor
com suas raízes
insiste em ficar
ancorado na atualidade

a flor chora
o mel seca

a abelha morre
o começo de tudo é o fim

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Concrecoisa Desejo

 


Era uma vez, numa floresta onde a alegria já fora abundante, um pequeno pássaro chamado Desejo. Ele era conhecido por seu canto melodioso que dava esperança a todos os que ouviam. No entanto, a floresta passava por tempos sombrios, pois uma névoa densa a cobria, tornando difícil para os animais encontrar comida, água e até mesmo alegria.

Desejo, apesar de suas próprias dificuldades, continuava a cantar. Ele sabia que seu canto podia trazer um momento de alívio para seus amigos sofrendo na escuridão.

Um dia, uma velha tartaruga chamada Sabedoria aproximou-se dele e disse: "Seu canto é lindo, Desejo, mas por que você canta mesmo quando tudo parece tão desolador?".

Desejo olhou para Sabedoria e disse: "Eu canto porque é meu jeito de enfrentar a escuridão. Cada nota é um raio de luz, uma centelha de esperança que pode se espalhar pela floresta".

Tocado pelas palavras de Desejo, Sabedoria decidiu ajudá-lo. Ela usou seu conhecimento antigo para conduzir Desejo até uma clareira escondida onde florescia uma flor rara que podia dissipar a névoa.

Desejo cantou sua melodia mais bonita ao lado da flor, e algo incrível aconteceu. A névoa começou a levantar, e os animais da floresta, um por um, começaram a sair de suas tocas e ninhos. Eles seguiram o canto até a clareira e encontraram a flor e a esperança.

Desde então, Desejo e Sabedoria tornaram-se amigos inseparáveis, lembrando a todos que mesmo nos momentos mais difíceis, o desejo e a sabedoria podem encontrar um caminho para trazer luz à escuridão.

E assim, todos aprenderam que o desejo não é apenas um sonho fugaz, mas uma força poderosa que, quando aliada à sabedoria, pode superar até mesmo as mais terríveis adversidades.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Concrecoisa Fuga

 


Em um canto solitário da mente, encontramos a porta para sonhos, onde a fuga da realidade se torna a chave para a felicidade. 

O coração, alheio às amarras mundanas, dança na névoa da imaginação, deslizando por entre florestas encantadas e mares luminosos. 

Naquela esfera mágica, as dores se desvanecem, transformando-se em melodias serenas que embalam a alma. 

A realidade fria e cortante é deixada para trás, substituída por um mundo onde a esperança floresce em cada canto. 

É na fuga para esse universo que encontramos o refúgio da verdadeira alegria, um santuário interno onde o ser pode ser feliz, intocado pelas garras da dura realidade.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Concrecoisa Trans-for-ma-ção

 


No transe da vida, a transformação surge,
Transmuta a tristeza, a tênue tormenta,
Transforma o trivial em transcendental trama,
Transcreve o tempo, a tinta, a transação.

Transborda a taça da transposição da alma,
Translúcido é o trajeto, a transição sincera,
Transfere-te a tal trilho, translado eterno,
Transmuda o tíbio, torna tudo transparente.

No terceiro tempo, a transformação é trecho,
Transcende o trivial, transpõe o tormento,
Transfixa a treva, traz a transição.

A transação com o tempo transforma tudo,
A transfiguração do ser transcende o transitório,
Transbordar o transcendente é a nossa transição.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Concrecoisa Tudomuda mudatudo

 


Numa montanha distante, a Águia, majestosa, sempre tinha a vista mais ampla. O Pássaro Bobo se orgulhava de seu canto contínuo e a Cegonha era conhecida por seu paciente caminhar.

Um dia, um vento misterioso soprou sobre a montanha. Na manhã seguinte, a Águia percebeu que não podia mais voar alto. Seu lugar agora era perto do solo. O Pássaro Bobo, por outro lado, descobriu que, ao invés de cantar, agora tecia belos ninhos. E a Cegonha? Seus pés lentos se transformaram em asas ágeis.

A Águia aprendeu a caçar de forma diferente, o Pássaro Bobo encantou a todos com seus ninhos e a Cegonha viajou por terras que nunca imaginara.

No fim, todas perceberam que, mesmo que o vento mude tudo, a adaptabilidade e resiliência mudam tudo de novo.

Moral: Tudo muda e, com coragem e adaptabilidade, muda tudo outra vez.



sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Concrecoisa Fé

 


No pequeno vilarejo de Alvorada, vive dona Maria, mulher de fé incalculável. No amanhecer, sua voz doce ecoa, como um hino que abraça a aldeia, unindo todos em uma só prece. Nenhuma adversidade abala seu espírito, pois Maria, tal qual rocha imponente, se mantém firmemente ancorada na fé. Deus, para ela, é mais do que uma crença, é o oxigênio que impulsiona sua existência.

Nas noites mais frias, sua devoção aquece corações ao redor. Em suas preces, deposita todos os sonhos, medos e anseios, confiando ao Criador o destino de cada um. A desistência, para Maria, é desconhecida, a fé é sua arma, sua defesa, seu escudo. Mesmo com os joelhos ralados de tanto rezar, o brilho em seus olhos nunca se apaga.

Dona Maria é o testemunho vivo de uma fé inabalável, um exemplo de que, quando Deus habita o coração, a vida ganha um tom mais forte, mais vibrante. Ela nos ensina que a reza não é apenas um ato de fé, mas também um gesto de amor e esperança que reverbera na eternidade.


quinta-feira, 27 de julho de 2023

Concrecoisa Resistência moral

 


Era uma vez um pequeno grilo que desejava atravessar uma vasta floresta. Os outros insetos duvidavam dele, apontando para as inúmeras ameaças ao longo do caminho. "Você é pequeno e fraco, não aguentará a viagem", zombavam eles.

Inabalável, o grilo iniciou sua jornada. No caminho, uma mariposa tentou ludibriá-lo, prometendo um atalho seguro se ele desistisse de sua meta. Porém, o grilo sabia que só o caminho honesto o levaria ao seu destino.

A viagem foi longa e desafiadora. As chuvas eram pesadas, e as noites, frias. Mas o grilo persistiu, recusando-se a desviar de seu percurso, mesmo diante das adversidades. Cada dia era uma nova batalha, mas ele encarava com bravura.

Por fim, o grilo atingiu a outra extremidade da floresta, provando para todos que a resistência moral, aliada à constância, leva ao sucesso. Com isso, ensinou uma lição valiosa: a jornada pode ser longa e difícil, mas a honestidade e a persistência sempre prevalecem.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Concrecoisa Disse e não disse

O indivíduo vil, cuja personalidade é marcada pela falta de honestidade e consistência, usa a manipulação como sua ferramenta principal. Sua estratégia de comunicação é dizer uma coisa, porém, se sua fala gera reações negativas, ele se retrai rapidamente, negando ter proferido tais palavras. Esta é uma maneira de evitar responsabilidades, mostrando um comportamento covarde e inautêntico.

Por outro lado, se suas palavras resultam em repercussões positivas, ele se aproveita disso para inflamar sua vaidade. Nessa situação, o vil se agarra firmemente à sua afirmação, transformando-a em um feito heroico que lhe confere glória e admiração. A flutuação do seu discurso revela não apenas uma personalidade enganosa, mas também um caráter narcisista.

Esta pessoa se satisfaz ao manipular a percepção dos outros a seu favor, independente da verdade. Não se preocupa com a integridade de suas ações, mas apenas com a imagem que consegue projetar. Esta é a marca de um vil: uma busca implacável por validação externa, mesmo à custa de honestidade e verdade.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Concrecoisa Adiar

 


O tempo é ouro, foge,
No relógio não há choro,
Pois tudo derrete.

Em cada tic-tac, um presente,
Felicidade não tem data,
E não deve ser adiada.

Cada instante é dádiva,
No amanhã incerto,
Sonhar não basta.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Concrecoisa Todo tudo

 

I

Todo o mundo, outrora cheio de encanto e voz,
Hoje em silêncio profundo, de mudo rei faz alarde.
Tudo ao redor, sem som, como um vazio atroz,
Transforma-se em ecos de um passado covarde.

No vasto céu, estrelas perdem seu brilho intenso,
No espelho do lago, a lua reflete turva e dispersa,
A noite cai, e o manto do silêncio,
Encontra no mundo mudo sua vasta e amarga conversa.

II

Surdo ao clamor da noite, o dia em vão resiste,
Tudo tem o sabor da ausência, da saudade finita,
O mundo, todo emudecido, a solidão insiste,
E eu, na margem do silêncio, meu canto decifra e imita.

Surdo ao ruído do tempo, o mundo se faz vazio,
Tudo em mim ecoa como um longo e turvo suspiro,
Todo o amor que uma vez senti, hoje é frio,
No palco deste universo, eu, mudo, no meu silêncio, respiro.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Concrecoisa Tempo brincalhão


Tempo brincalhão,
Ri nas horas, dança ao vento,
Escorrega na mão.

Tempo brincalhão,
Nuvens correm, dias fogem,
Em teu carrossel vão.

Tempo brincalhão,
Esconde o ontem, surpreende,
Risos de estação.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Concrecoisa Sempre...

Em cada coração pulsa uma fé viva,

No horizonte, sempre, um novo dia.

Acreditar, constante e decisiva,

É a força que em nós desafia.


Olha a rosa que no deserto cresce,

Pela fé, e não por um acaso.

Quem sempre acredita, nunca perece,

O impossível é apenas um passo.


Crê no sol que rompe a escuridão,

Na chuva que a seca amaina.

Crê na força da própria paixão,

Na dor que ensina, na alegria que treina.


Acreditar é o vento que nos guia,

No mar da vida, é a eterna poesia.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Concrecoisa Desejo

 


Era uma vez a Solidão, que habitava as profundezas de uma caverna escura. Vivia sozinha, pois ninguém ousava chegar perto dela. Certo dia, um Sussurro veio da floresta e encontrou seu caminho até a caverna.

"Por que vives sozinha, Solidão?" perguntou o Sussurro.

"Porque ninguém se atreve a se aproximar de mim", respondeu a Solidão com um suspiro.

O Sussurro, ao contrário de todos, decidiu ficar. Ele disse: "Eu te manterei companhia. Nós podemos criar nossa própria sinfonia."

Naquele dia, a Solidão sentiu algo novo, um calor desconhecido, era o Coração batendo. O Coração, que se alimentava da conexão, brotou da união entre o Sussurro e a Solidão. Juntos, criaram uma sinfonia de sentimentos e emoções que ecoou pela caverna e alcançou os corações de todos aqueles que a ouviram.

A moral da história é que mesmo na solidão mais profunda, um simples sussurro de conexão pode despertar o calor do coração e trazer a luz da companhia.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Concrecoisa Faça e desista

 

Numa floresta verdejante, viviam Felisberto, o formigueiro, e Zé, o grilo. Felisberto sempre desejou ser como Zé, que podia saltar alturas incríveis, algo que ele, como formiga, jamais poderia.

Um dia, Felisberto achou um par de folhas que, amarradas nas costas, poderiam servir de "pernas saltitantes". Ele ficou entusiasmado com a ideia de finalmente poder saltar como Zé.

Mas seu plano não era tão perfeito quanto parecia. Na sua primeira tentativa, Felisberto caiu bem em cima de Zé, machucando-o gravemente. Felisberto ficou horrorizado com o resultado de seu desejo egoísta.

Com tristeza no coração, Felisberto desistiu do sonho de saltar, percebendo que seu desejo poderia prejudicar aqueles que amava. Ele aprendeu que, às vezes, desistir de algo que queremos pode ser a decisão mais sábia e gentil que podemos tomar.

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Concrecoisa Aço e paz

 

Em uma floresta distante, a Coruja, o Condor e o Pombo Correio eram vizinhos. A Coruja, sempre sábia, vivia tranquila, apesar de sua dúvida constante sobre seu caminho. O Condor, com sua majestosa envergadura, buscava incessantemente pela grandeza, enquanto o Pombo Correio, sempre ocupado, corria de um lado para o outro entregando mensagens.

Certo dia, uma tempestade violenta atingiu a floresta. Enquanto o Pombo Correio se abrigou temeroso e o Condor lutou contra o vento, a Coruja, apesar de suas dúvidas, decidiu confiar em sua resiliência forjada como aço e ficou em seu galho.

A tempestade passou, deixando a floresta em paz novamente. O Pombo Correio, cansado, percebeu que a Coruja ainda estava em seu galho. O Condor, humildemente derrotado, voou até ela e perguntou: "Como você aguentou a tempestade com tanta tranquilidade?"

A Coruja olhou para eles e disse: "A dúvida pode ser desconfortável, mas a resiliência, como o aço, é forjada na adversidade. E com ela, vem a paz."

Desde aquele dia, o Pombo Correio parou de correr tanto, e o Condor aprendeu a apreciar a simplicidade, e ambos viveram com mais paz, seguindo o exemplo da sábia Coruja.