Luz
e escuridão nasceram juntas.
No
mesmo instante, mas a vaidade de uma foi de encontro à vaidade da outra.
O
protagonismo do protagonismo criou cisão.
Para
a escuridão, a vida começava com o olho fechado.
No
entendimento da luz, tudo é clarão.
Sem
querer tomar partido, a sombra escreveu um haikai autobiográfico com a poeira do
infinito:
O
escuro diz
A
luz não deixa mentir
A
sombra sabe
Quando
o tempo leu, o passado daquele nascimento instantâneo foi apagado da memória do
universo.
E
a vaidade perdeu o sentido de ser.