sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Concrecoisa Aresta


Entre o teto e a parede existe uma aresta.
A aresta é algo despercebido por muitos.
A aresta virou foto, aqui na Concrecoisa.
Uma aresta é vista, aqui, por um ângulo.
Outra aresta é vista por outro ângulo.
As arestas são coisas concretas.
Elas dão volumes aos espaços.
Um cubo não é cubo sem as arestas.
Aresta é parte da geometria espacial.
É um mundo tridimensional, que é algo concreto.
O concreto é o absoluto de si mesmo.
O concreto também é um absurdo.
Um absurdo, como uma ideia.
Que é algo que pesa mais do que o planeta Terra.
A aresta é o peso das tensões.
E a aresta sem amor não é nada.
Pois o amor é o peso total da vida.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Concrecoisa Permissão



Nem tudo é permitido!
Digo isto, aqui nesta Concrecoisa, porque o tolo existe.
O tolo, em verdade, é o “sabido” demais.
Ele é o ser que só pensa em si. Tem olhos de coruja.
O tolo-zoião é o sabido aspeado.
Ele pensa que os outros são tolos ao aplicar os seus golpes.
Daí digo:

O que seria a permissão
Senão a fatia de um bolo
Sabiamente ofertada por Deus
Que ignora a gula do tolo
Que vive sedento de prazer
Tentando comer todo o bolo

Cuidado! O tolo quer comer todo o bolo.
Ele está em Brasília.
Está na esquina.
Está aqui na urbe, ali e acolá.
Está onde tem bolo.

Conheci um andarilho que fechou uma confeitaria chamada poder.
Cansou de ver o bolo esmigalhar ante a gula do tolo.
Mostrou que nem tudo é permitido.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Concrecoisa Içar


O homem deseja ser imortal.
Ele tenta içar a morte.
Assim, poderá aproveitar a longa vida.
Porém, o mundo não é apenas flor, riso e amor.
É espinho, muito espinho.
Um dia, não lembro o lugar, um profeta que percorreu a imortalidade me disse que:

Içou a morte
Ganhou a eternidade
Vagou por séculos
Assistiu barbáries
Entediou-se com tudo
Chorou escondido
Pediu perdão
Voltou ao normal
Reencontrou a incerteza
Deu o último suspiro
Sentiu finalmente a felicidade

Ele precisou morrer para ser feliz.
Cansara do próximo espinho da esquina!
As flores murcham...
E o tempo de cada um é a eternidade que fica nos outros.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Concrecoisa Ternura


A compaixão que abraça pouca gente.
Ultrapassa a carne revestida de aço.
E remove a nódoa do desamor.

Ao banhar com doçura a leveza do ser.
Num meigo carinho qualquer.
A ternura contamina o todo, despretensiosamente.

E do nada, no vazio do espaço, alguém feliz diz:

Terno abraço
De um amigo
É forte braço
Ante o inimigo

Este alguém, aqui, encontra na Concrecoisa de hoje a ternura do dia renovado.