Concrecoisa é imagem, é palavra, é ideia, é filosofia, é ciência, é César Rasec, é qualquer coisa. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é a concrecoisa. rasec1963@gmail.com Direitos reservados e protegidos por lei. Uso de imagem e texto só com a autorização, por escrito, deste autor.
sexta-feira, 31 de maio de 2019
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Concrecoisa Brotação
O
tempo brotou no tempo.
Foi
o seu primeiro ato.
Depois
ocorreram outras brotações.
Dentre
elas, verdades e mentiras.
Como
o tempo é senhor de tudo, ele trabalha em silêncio.
E
no seu agir, a verdade brotou depois de a mentira mostrar a sua face.
Porém,
com o tempo agindo, a mentira morreu em si.
O
tempo, soberano, mostrou que só ele é capaz de fazer a verdade seguir a sua
difícil jornada neste mundo de maldade.
E
o tempo imediatamente aprendeu a brotar esperança.
E
segue fazendo justiça.
sexta-feira, 17 de maio de 2019
Concrecoisa Hummmmmm
Beguinho de Zezinho era um
atacante esperto, raridade no futebol mundial.
Ele conhecia como poucos os
atalhos da grande área e a bola, sua amada amante, caia em gozo aos seus pés
nos momentos mais difíceis de uma partida.
Ela, a redondinha, estava
sempre pedindo para ele chutá-la na rota das redes.
Os goleiros sofriam com
Beguinho, pois seus chutes eram precisos e fortes.
De gol em gol, ele foi
artilheiro do campeonato de seu estado, nas terras de “Lá não sei aonde”.
Porém, quando ele “comia
água,” o dia seguinte era em um terror.
A bola fugia dos seus pés.
Influenciada pelas emissoras
de rádio, a torcida sempre pedia a sua cabeça.
Mas Beguinho era matador.
Numa das muitas decisões
vitoriosas, ele fez um gol de bicicleta que garantiu o campeonato nacional.
A cidade foi à loucura.
Os radialistas do contra
calaram a boca.
Beguinho se vingou com a arte
de fazer gol!
E qual o segredo do sucesso
de Beguinho?
Ele é um preguiçoso consciente.
E até hoje, bebendo ou não,
ele tira uma soneca antes das partidas.
Aquela preguiça domada, pacto com ..., era a fórmula
do sucesso.
sexta-feira, 10 de maio de 2019
Concrecoisa Alvoroço
Aquela palavra surgiu por imposição ideológica.
Num primeiro momento, ela foi aclamada por todos.
– Viva a nova palavra!
E o tempo passou veloz.
No bagaço deixado pelo moer dos segundos pela ampulheta, o governo mudou.
Foi por vontade daquela sociedade atiçada e soberana.
E a tal palavra encantada caiu em desuso.
Paralelamente, suas letras começaram a brigar entre si.
E começou uma revolução dentro do dicionário carcomido pelo tempo.
O alvoroço alcançou as ruas.
E o melhor estava para acontecer com o surgimento de uma nova palavra que sacudiu a dor e atiçou o amor.
– Viva a nova palavra!
A revolução das traças nunca parou.
sexta-feira, 3 de maio de 2019
Concrecoisa Machado de Assis
As
lágrimas escorreram pela face enrugada daquela velha senhora.
Lágrimas
do tempo...
Na
ponta do queixo, as gotas abraçadas umas às outras brincavam de cachoeirinha.
O
chão empoeirado entrou na brincadeira e engolia cada gotinha como se fosse abafabanca
derretida no inverno.
Mas
o inverno já tinha passado, como tudo passa.
A
seca tinha comido tudo.
Não
sobrou verde, só verdade.
Só
lágrimas salgadas para contar a história.
Aonde
elas foram parar?
Fiquei
sem saber.
Perguntei
para Machado de Assis. Ele disse que “lágrimas não são argumentos”.
Depois
fez silêncio para deixar ouvir o pingar da dor no sertão.
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