sexta-feira, 24 de abril de 2020

Concrecoisa Controle da história


Em conferência na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, em março deste ano, o escritor e antropólogo Antonio Risério apresentou um rico trabalho intitulado "Em busca da nação perdida".

Tive a grata satisfação de ler o material, que acabou virando tema da concrecoisa desta sexta-feira (24/04/20).

Diz Risério que "certa esquerda brasileira se empenhou numa revisão" da história do Brasil, num "empenho mal", optando pelo "maniqueísmo".

E por conta desse maniqueísmo, "repetiu a velha história, invertendo os seus sinais".

Disse ainda que isso se agravou nos parâmetros escolares do ensino no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando "esta história se converteu em práxis escolar...".

E numa lucidez que merece moção de aplausos, Risério afirmou que "esta nova história substituiu mentiras antigas por mentiras novas".

Foi neste ponto que a concrecoisa brotou.

Obrigado Risério pela sabedoria, pela conferência, e por ver tudo isso dentro do caldeirão de irracionalidade que tomou conta do Brasil.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Concrecoisa Triz


Diz a atriz:

Tudo está por um triz.

Se é força motriz.

Tudo está por um triz.

Se ela contradiz.

Tudo está por um triz.

Se é diretriz.

Tudo está por um triz.

Se é matriz.

Tudo está por um triz.

Diz a atriz.

Diz a atriz.

Diz a atriz.

Tudo está por um triz.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Concrecoisa Liberdar


A liberdade estava diante dele.

Mas ele não enxergava.

– Onde está a liberdade?

Começou a perguntar.

Dos religiosos, não obteve resposta precisa.

Das autoridades, pior ainda. Elas só queriam exercer o poder.

E ficou perguntando, perguntando...

Certo dia, cansado da peregrinação, perguntou para si mesmo:

– Onde está a liberdade?

Nesse instante, sentiu o vento lamber seu corpo.

Ao mesmo tempo, viu uma nuvem passar.

Encontrou a resposta!

A liberdade é o ar, que é o vento em movimento.

E a nuvem que passava era ele e agora é você.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Concrecoisa Medo do amanhã


Um passarinho saiu do ninho em voo rasante nos primeiros raios de sol do inverno.

Sua missão era pegar víveres presenteados pela natureza para os cinco filhotes.

Os filhotes cresceram fortes e ganharam o mundo.

No ano seguinte, lá estava o mesmo passarinho cumprindo uma nova missão, agora com quatro filhotes.

Um observador, da janela do seu apartamento, anotava aquela rotina marcada pelo vai e vem incansável.

E de tanto assistir a celebração da sobrevivência, escreveu:

"O tempo conspira
e faz tremer
quem teme
a verdade"

Sem medo de sair do ninho para alimentar os filhotes, aquele passarinho tinha encarnado, sem temer, o espírito das águias.

E o observador disse para o Deus tempo:

– Viva o passarinho humano que não tem medo do novo coronavírus!