sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Concrecoisa Tentativa

O cientista tentou desvendar a fórmula do segredo da vida.

O músico tentou fazer uma canção mais que perfeita.

O ditador tentou conquistar o mundo.

O trabalhador tentou superar as dificuldades da sobrevivência nos primeiros raios solares da manhã.

O religioso tentou ser Deus.

O ladrão tentou dar mais um golpe.

O narcisista tentou não envelhecer.

O pobre tentou ficar rico.

Tem muita gente, agora, tentando alguma coisa.

E eu aqui tentando dizer o que não disse ontem.

Assim é a tentativa que cada um carrega dentro de si até o instante do último suspiro. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Concrecoisa Superação

C
Ca
Cad
Cada
Cada p
Cada po
Cada pov
Cada povo
Cada povo c
Cada povo co
Cada povo com
Cada povo com s
Cada povo com su
Cada povo com sua
Cada povo com sua d
Cada povo com sua do
Cada povo com sua dor
Cada povo com sua do
Cada povo com sua d
Cada povo com sua
Cada povo com su
Cada povo com s
Cada povo com
Cada povo co
Cada povo c
Cada povo
Cada pov
Cada po
Cada p
Cada
Cad
Ca
C

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Concrecoisa Aço

Tudo passa pelo aço.

Os nossos nervos de aço, por exemplo, suportam o peso da condição humana.

São toneladas e toneladas de angústias e sofrimentos diversos acumulados no mar histórico.

Aguentar tamanha inquietude, só com os nervos de aço, surpreende a alma!

E no mundo exterior, no mundo real, na coisa em si, o aço ergue cidades.

São milhares de espaços de aços espalhadas pelo planeta, um planeta em processo de morte.

Porém, o não aço mostra a sua vocação liberaria.

Assim, a corrente sem elos festeja a conquista da liberdade.

E o aço não mais sustenta os nossos nervos sofridos por assistir tantas barbáries.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Concrecoisa Agosto Chorou


Julho partiu despercebido...

As pedras estavam no mesmo lugar.

As folhas secas foram levadas pelo vento.

O retrato do tempo fugiu da velha moldura, talvez cárcere de uma beleza complementar.

Na cena retratada, a poeira escorria em lama.

Uma lama que passou a ser com o orvalho.

E no agosto findado.

O gosto do desgosto fez um rosto chorar.

E quando setembro chegou.

Trouxe consigo as flores risonhas da campina da vida.

Agosto passou, agosto chorou...