sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Concrecoisa Décio Pignatari



A poética brasileira chorou, no domingo, dia 2 de dezembro de 2012.

Chorou como os pingos da chuva que choram dentro de si.

O choro é de perda. Deixou-nos o poeta concretista Décio Pignatari.

Com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, na década de 1950, o Brasil conheceu o Movimento da Poesia Concreta, ancestralidade, no conceito estético, das minhas concrecoisas.

Haroldo (também falecido), Décio e Augusto são os pilares de uma poética com digital em Mallarmé e que traz a busca da totalidade da forma com o mínimo possível de palavras.

Neste sentido, neologismos são criados e recriados e o que era uma coisa passa a ser outra coisa, pois no concretismo das palavras o significante e o significado se cruzam em catarse transformadora.

Décio nasceu em 1927.

A foto desta concrecoisa, com o concreto da cidade de Salvador em contraste com o pôr do sol, foi o presente deixado pela natureza, no dia 5 de dezembro de 2012, para homenagear este poeta, ensaísta e tradutor.

Vale lembrar que, neste mesmo dia 5 de dezembro, o mestre arquiteto Oscar Niemeyer também nos deixou. Niemeyer é o concreto com curvas, uma beleza harmônica com a natureza.

O concreto, reinventado pelos artistas da poesia e da arquitetura, é o alimento da natureza racional dos humanos enfeitiçados pelo transbordar da própria humanidade irracional, que, em outras palavras, significa doar bondade sem olhar a quem.

Depignatarício agora é sinônimo de saudade!   

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