sexta-feira, 19 de julho de 2013

Concrecoisa Óculos




Diz Jorge Mautner na canção “O Vampiro”: “Eu uso óculos escuros/ Para minhas lágrimas esconder”.

Os óculos escuros são poços transformadores, a exemplo dos poços petrolíferos. Mais do que óleo fossilizado, o poço petrolífero é energia, é riqueza. 

Estes mesmos óculos, agora transparentes, clareiam a visão, corrigindo as deformidades existentes.

Aqui, numa perspectiva mais complexa, os óculos são a extensão do olhar psíquico, onde a escuridão é uma alcateia indomada.

A lente ao se confundir com a mente, dependendo do ponto de vista, proclama o nascimento do reinado da sabedoria de si.

Se eu não enxergo a escuridão da minha lente, esta mesma lente não encontra claridade na mente.

Assim, sem delongas, digo: não queira ver o outro no escuro da lente. Como lente é mente, digo novamente: não queira ver o outro no escuro da mente.

O perigo nisso tudo é o grau da mente, o grau da lente e a loucura que é o mundo.

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