sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Concrecoisa Derramamento


Manhã chuvosa em Salvador.

A chuva beija o asfalto molhado, frio e liso.

O Centro da Cidade chora com o vazio humano.

E cada pingo da chuva lambe ao seu modo o para-brisa do carro parado na rua tristonha da primeira capital do Brasil.

O clarão do sol acorda, em cinza, no horizonte.

E a chuva não adormece no tempo, pois cai ao sabor da própria massa.

E como tudo se transforma.

O pingo escorre ao brincar de se esconder do céu.

Pequeninos rios nascem e morrem em si: pingos que são.

E a chuva em derramamento vira concrecoisa.

É hora de trabalhar.

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