Téo não tinha ninguém.
Vivia só e nunca tivera documento de identidade.
O mundão de concreto era o seu pai.
Costumava dizer que era filho de Zeus.
Sabia ler e escrevia muito bem; melhor do que muitos do ofício.
Sem lugar fixo, qualquer canto era paraíso.
Andarilho por natureza, se escondia nos subterrâneos.
Um dia, acordou com a palavra pai remoendo o juízo.
Começou a escrever nos pilares dos viadutos, nos muros e até nos
jazigos.
Depois passou a escrever a palavra paz.
E tempos depois a palavra país.
Num dia de Natal, Téo partiu para outra misturando pai, paz e país.
Téo agora é concrecoisa!
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