sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Concrecoisa Cheiro da saudade



Ele voltou à cidade natal para colher a poeira do tempo vivido.

Num dos bancos da praça onde costumava se reunir com os amigos, leu um poema escrito com um prego, assinado com as iniciais ACSS, que dizia:

“O cheiro traz saudade

De quando eu era criança

O café torrado num tacho

O tempo perdido, lembrança

Tudo aquilo que eu fui

No prazer de cada aroma

O cheiro da terra molhada

Da chuva com sua esperança

E o cheiro de tudo que fica

Guarda a memória sem fim

O passado volta em mim

Na delícia de cada cheirinho

Única saudade que embala

A vivência de cada um

Somos voo de passarinho

Cheiro, saudade, jardim”

Depois do último verso, seus olhos marejaram.

Em seguida, uma explosão de alegria tomou conta daquele momento especial.

E o cheiro da vida semeado pela saudade d’alma ficou impregnado naquela carne marcada pelo tempo.

A poeira continuava suspensa no ar.

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