sexta-feira, 12 de julho de 2019

Concrecoisa Amolar



Eu era criança e ficava impressionado com a habilidade do amolador de objetos cortantes.

Ele soprava um apito que parecia uma pequena gaita.

Aquele som era um chamamento para as donas de casa.

A sonoridade era inconfundível.

E a máquina de amolar era feita com uma roda de bicicleta.

O esmeril desgastado queria abraçar a eternidade.

Em funcionamento, as faíscas liberadas durante a afiação dos objetos cortantes pareciam diminutas estrelas cadentes.

Era encantador!

Hoje, o amolador de rua é lembrança.

E novos amoladores surgem deixando egos e verbos afiados para enfrentar a imprecisão da vida.

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