quinta-feira, 6 de julho de 2023

Concrecoisa Todo tudo

 

I

Todo o mundo, outrora cheio de encanto e voz,
Hoje em silêncio profundo, de mudo rei faz alarde.
Tudo ao redor, sem som, como um vazio atroz,
Transforma-se em ecos de um passado covarde.

No vasto céu, estrelas perdem seu brilho intenso,
No espelho do lago, a lua reflete turva e dispersa,
A noite cai, e o manto do silêncio,
Encontra no mundo mudo sua vasta e amarga conversa.

II

Surdo ao clamor da noite, o dia em vão resiste,
Tudo tem o sabor da ausência, da saudade finita,
O mundo, todo emudecido, a solidão insiste,
E eu, na margem do silêncio, meu canto decifra e imita.

Surdo ao ruído do tempo, o mundo se faz vazio,
Tudo em mim ecoa como um longo e turvo suspiro,
Todo o amor que uma vez senti, hoje é frio,
No palco deste universo, eu, mudo, no meu silêncio, respiro.

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