quinta-feira, 21 de abril de 2011

Concrecoisa Caosros I


Antes, antes de haver cidades, só havia o caos cósmico.
Depois vieram os homens e os seus inventos, que são máquinas da tecnologia econômica a serviço do desenvolvimento e contra a natureza.
Com o passar do tempo, as cidades foram criadas e invadidas pelos carros.
Hoje, são milhares de carros nos espaços públicos.
O caos que havia apenas no sentido cósmico se multiplicou.
O caos passou a ser também o homem. O homem é o caos em evolução caótica.
O carro é um monólito deste caos, um mal necessário para o deslocamento, para o ir e vir rápido e sem depender dos animais (cavalos, camelos, elefantes e bois) ou das próprias pernas.
Este é o filme histórico existente na Concrecoisa Caosros I, que nada mais é do que o caos urbano por conta da “infestação” de carros nas vias públicas.
Tudo mundo é culpado pelo Caosros. Eu, com minha máquina de deslocamento, e você, com a sua.
Caosros, que poderia ser grafado Caorros, um neologismo concrecoisiniano, é o realismo do nosso sofrimento, quando perdemos parte da vida (horas preciosas) nos engarrafamentos constantes existentes nas ruas e avenidas das grandes cidades.
Aqui em Salvador, Caosros vem seguido de assalto e até de morte.
Triste é viver no Caorros urbano, mesmo estando dentro de uma luxuosa Ferrari.
Feliz é viver deslocado de tudo, vendo as cores fortes (amarelo, preto e vermelho) desta concrecoisa, que são as cores utilizadas nas placas dos sinais de trânsito.
Caosros é o caos dos carros. Caorros é o caos dos carros.
Caosros e caorros são caos humanos.
Para quem está no engarrafamento, a Concrecoisa Caosros I sugere uma viagem cósmica pelas entranhas deste universo regido pelo caos que a civilização ampliou.
Ops, nesta viagem, cuidado para não bater o carro e ampliar o caos!

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