sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Concrecoisa Espalhe

Foram milhares de papeis jogados pelas janelas dos prédios.

Todos comemoraram a vitória!

– Que vitória...

Gritavam os irmanados vencedores.

Ele, o único vencedor. Único vivo de uma luta inventada pela mídia.

Porém, um inimigo não jogou papel picado, mas, sim, pétalas.

Isso causou ódio, um ódio muito estranho no único vencedor.

Diante do espelho, mandou o seu principal agente secreto encontrar este inimigo mortal e jogá-lo numa fogueira.

Ao encontrá-lo, gritou sarcasticamente.

– Não se espante rapaz, você é o nosso inimigo mortal por retirar as pétalas do jardim encantado e jogá-las em nosso líder!

Sabendo que ia morrer, o atirar de pétalas disse sem medo.

– Quem espia no ar as pétalas em meio à chuva de papel picado é um tirano inimaginável. Eu saio de cena para não ser o vilão da história, ou melhor, para não ser aquele que ficou do lado errado, do lado do espinho que restou no jardim da liberdade.

Assustado com a resposta, o agente não suportou a dor de estar do lado errado.

Aquele inimigo nunca fora seu inimigo, pois tudo naquele país não passava de uma mentira.

Em silêncio, o agente foi embora e disse ao tirano que a pétala era uma manipulação do sistema de inteligência e o inimigo não passava de uma ilusão.

O tirano aceitou o argumento.

E o jardineiro libertário, aquele atirador de pétalas, viveu em paz no jardim da liberdade.


E a palavra dita ao agente com coragem ainda ecoa, mesmo sendo uma palavra indesejada.

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