sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Concrecoisa Adentrar


Adentro à sala em chamas, só.

Carrego no peito um amuleto, a letra “a”, adentrada em si, em outras “as”.

Adentro no seu coração, num adentrar invisível ao seu olhar.

Fico num cantinho, em silêncio, escutando-o bater feliz.

Tum, tum, tum, tum... Batucada sincrônica da vida.

Ainda no cantinho, ouço o canto do seu sangue correr, um rio vermelho veloz.

Tum, tum, tum, tum... Talvez seja a sinfônica dos cavalos da tropa da salvação entrando na cidade devastada pela ventania da saudade.

Adentro agora nos seus poros, capilares dos capilares.

E findo o adentrar fixando-me no infinito das possibilidades do inexplicável pulsar do amor.

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