sexta-feira, 19 de maio de 2017

Concrecoisa Rua-morada


O frio chegou mais cedo.

Um cantinho qualquer da rua era a morada que precisava.

Eu não tenho bens materiais.

Mas tenho dignidade.

A barriga pede um pedaço de pão.

O outro que caminha ao meu redor é a minha solidão.

Eu sou a multidão e não sou ninguém, para o outro.

Eu sou a rua.

Eu sou Cida.

A rua é Dão.

Eu na rua sou invisível.

Uma sombra da sociedade.

Me casei com a rua.

Eu-rua.

Cida-Dão. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário