sexta-feira, 6 de março de 2020

Concrecoisa Desejo


Desejou viver eternamente.

Não conseguiu.

Desejou ficar rico.

Não conseguiu.

Desejou ser famoso.

Não conseguiu.

Desejou conhecer todos os países do mundo.

Não conseguiu.

Desejou ter poder.

Não conseguiu.

Aquela pessoa sempre desejava, antes de dormir.

E acordava sem desejo alguma, até o anoitecer.

O que era já estava ali impregnado na pele, na carne, nos ossos, nos pelos, na cartilagem e nos cabelos.

Morreu sendo o que foi: resto do desejo do destino.

Assim veio à toa.

Assim vai à toa.

Assim é o desejo.

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